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Clubes oficializam proposta para controlar seleção feminina de basquete

Marcello Zambrana/Inovafoto
Corinthians/Americana x Santo André pela abertura da Liga de Basquete Feminino imagem: Marcello Zambrana/Inovafoto

Do UOL, em São Paulo

Conforme o UOL Esporte adiantou na última terça-feira (24), os seis clubes que participam da Liga de Basquete Feminina (LBF) oficializaram a proposta de tomar o controle do basquete feminino até a Rio-16, tirando da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) o poder sobre planejamento, convocação e preparação da seleção nacional.

A ideia do grupo, formado Corinthians/Americana (SP), América de Recife (PE), Sampaio Basquete (MA), Maranhão Basquete (MA), Presidente Venceslau (SP) e Santo André (SP), é que um colegiado de treinadores tome todas as decisões a partir de agora até os Jogos Olímpicos. A proposta oficializada em comunicado divulgado nesta quinta-feira (26) e assinado pelos presidentes das agremiações.

“A Confederação Brasileira de Basketball, através do seu presidente, aceita que de agora até o final das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, a gestão do basquete feminino seja feita pelas 6 equipes que estão representando os clubes através da disputa do campeonato Liga de Basquete Feminino (LBF)”, propõe a nota em sua introdução.

“As 6 equipes formarão o Colegiado que irá definir todos os passos da Seleção Feminina de agora em diante. Nosso entendimento é que este colegiado possui totais condições de tomar decisões, desde a programação até mesmo comissão técnica e convocação de atletas. São essas seis equipes que estão convivendo diariamente com o basquete feminino. São estes técnicos que estão no dia a dia com as atletas ( 99% das atletas selecionadas estão na LBF)”, acrescenta o comunicado, assinado pelos seis técnicos dos clubes.

Ainda de acordo com os clubes, a CBB apresenta descaso com o basquete feminino. Tal realidade se expressaria desde a perda de patrocínios, passando pela falta de espaço na mídia, até chegar aos resultados da seleção comandada pelo técnico Luis Augusto Zanon.

“Até agora civilizadamente aceitamos todas as decisões da Confederação Brasileira referente ao feminino sem sequer sermos consultados. Entendemos o momento, mas não iremos mais esperar outro vexame do basquete feminino para tomar providências que já deveriam ter sido tomadas pela entidade que dirige o basquete brasileiro. A consequência da irresponsabilidade da CBB é clara e pode ser vista na queda dos patrocinadores do feminino e no prejuízo de imagem que as jogadoras tiveram durante os torneios onde a Confederação demonstrou despreparado e desconhecimento da modalidade feminina. Estes são os problemas mais tangíveis, mas há também os que falam da diminuição de atletas, diminuição de clubes, de postos de trabalho, de visibilidade etc.”, explica o comunicado, que também teve assinatura dos seis clubes.

Procurado pelo UOL Esporte há dois dias, o diretor de seleções da CBB, Vanderlei Mazzuchini, mostrou incredulidade com a situação e afirmou que os clubes tomarem controle da seleção está fora de cogitação.

"Não tem a menor chance de isso acontecer. Me surpreende muito este tipo de declaração. Quero marcar uma reunião para entender o que está acontecendo e quais são as demandas. Para mim, parece que ele está advogando em causa própria, e isso é muito feio. A comissão técnica que temos na seleção atualmente é a melhor que poderíamos ter, com pessoas que entendem muito de basquete feminino. Não consigo entender. Pode ter certeza que elas têm uma estrutura igual ou melhor do que o dos clubes. Ficam em bons hotéis, recebem diárias, têm seguro. Não difere nada do masculino", afirmou o dirigente. 

Diante do imbróglio, a CBB divulgou nesta quarta-feira (25) a realização de um reunião marcada para dezembro com as lideranças do basquete feminino para discutir as demandas dos clubes.

“A Confederação Brasileira de Basketball (CBB) promoverá um encontro com as lideranças do basquete feminino para debater a sua atual situação. O evento será realizado no dia 3 de dezembro, a partir das 13h de Brasília, no Salão de Convenções da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e foram convidados dirigentes, técnicos, atletas e presidentes de federações que estão disputando a LBF 2015-2016, além de representantes do Ministério do Esporte, Comitê Olímpico do Brasil (COB), Associação de Atletas Profissionais de Basquetebol, Associação de Treinadores de Basquetebol, da LNB e o presidente da LBF”, diz a nota publicada no site da CBB.

 

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