Dilma e Pezão dividem conta de R$ 460 milhões para energia da Rio-2016
Uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, selou nesta terça-feira (10) um acordo para solucionar um das grandes pendências da organização da Olimpíada de 2016: a compra de geradores e outros equipamentos para fornecimento de energia temporária para os Jogos.
A conta de cerca de R$ 460 milhões não tinha um pagador-responsável definido até o encontro entre os políticos. Inicialmente, ela seria paga pelo governo federal. A União, entretanto, negou-se a arcar sozinha com os equipamentos e criou um impasse nos preparativos da Rio-2016.
Nesta terça, então, Dilma acordou com Pezão que o Estado do Rio de Janeiro também pagará pelos equipamentos. O governo fluminense concordou disponibilizar cerca de R$ 160 milhões para que geradores sirvam de back-up para a energia olímpica --restará ao governo federal, portanto, o pagamento de cerca de R$ 300 milhões.
O acordo foi anunciado pelo secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, logo após o encontro entre Dilma e Pezão realizado na sede do Comitê Organizador Rio-2016. Também participaram da reunião o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Nuzman.
Segundo Espíndola, o governo do Rio pretende levantar os recursos necessários por meio de uma isenção fiscal à distribuidora de energia na capital fluminense, a Light. Desta forma, a empresa não pagaria cerca de R$ 160 milhões em impostos estaduais e, como compensação, compraria os equipamentos necessários para a Olimpíada.
"Assim, conta da energia temporária fica fechada", complementou o secretário. "Foi uma reunião muito boa onde conseguimos avançar nesse tema importante."
Para que essa operação seja realizada, uma lei estadual ainda precisará ser aprovada na Assembleia Legislativa do Estado. Segundo Espíndola, o projeto dessa lei será proposto pelo governo. Por esse projeto, a Light só poderia compensar o imposto que deve ao Estado a partir de 2017 para que o caixa governamental não fique desguarnecido.
Outras isenções
Espíndola lembrou que o governo do Estado propôs uma lei parecida recentemente também para realizar projetos olímpicos. A lei, já aprovada, possibilitou que empresas empresas invistam em obras e compras para a Olimpíada. Depois, abatam o valor em impostos.
Por meio dessa lei, o governo já captou R$ 310 milhões. Esse valor pagará equipamentos para vila olímpica e para clínicas de atendimento a atletas.