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Critérios na escolha de duplas da praia para Rio-2016 preocupam atletas

Divulgação/FIVB
Alison e Bruno Schmidt já estão assegurados na Rio-2016, mas CBV tem até janeiro para definir outra dupla masculina imagem: Divulgação/FIVB

Antoine Morel e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Encerrado no último domingo (06), em Copacabana (Rio de Janeiro), o evento-teste do vôlei de praia para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, foi uma importante marca em um processo que tem deixado muitos atletas aflitos. A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) resolveu adotar um critério subjetivo para definir as duas duplas que faltam para a Olimpíada. Outras duas duplas já estão garantidas por garantirem os resultados em quadra: Larissa/Talita e Alison/Bruno Schmidt.

Para as duas duplas restantes - o Brasil, como país-sede, pode levar dois conjuntos femininos e dois masculinos -, a CBV prometeu até janeiro a definição. O critério, até agora divulgado, será identificar as favoritas a medalhas nos Jogos Olímpicos. A análise considerará resultados, é claro, mas será permeada por uma série de outros conceitos – experiência, desempenho contra líderes do ranking mundial e planejamento até 2016, por exemplo. Atletas não falam sobre isso abertamente, mas alguns admitiram incômodo com o formato.

“Após o evento-teste nós vamos analisar a performance das principais equipes durante o Circuito Mundial. São vários aspectos que nós vamos considerar, como físico, técnico, psicológico e como as nossas duplas se portaram perante adversários que estarão nas Olimpíadas”, explicou Fulvio Danilas, diretor de vôlei de praia da CBV.

As duas primeiras duplas classificadas para a Rio-2016 foram escolhidas por ranking. As outras vagas serão preenchidas de acordo com critérios estabelecidos pela entidade, que resolveu priorizar os conjuntos que tiverem mais chance de medalha no próximo ano. No entanto, essa análise esbarra em várias questões subjetivas.

O maior exemplo disso é o masculino. Se a CBV considerasse apenas o ranking e os resultados recentes, dificilmente a vaga escaparia das mãos da dupla formada por Evandro e Pedro Solberg. Contudo, eles disputam espaço com Ricardo/Emanuel, conjunto que foi medalhista de ouro em Atenas-2004 e retomou a parceria no fim do ano passado.

“Acho que vale a pena ver onde nós começamos e onde terminamos no circuito, e onde eles começaram e terminaram. Ninguém merece mais do que eu e Pedro”, opinou Evandro. “A gente ficou na frente do Ricardo e do Emanuel em todos os torneios. A gente fez um ano melhor, e os resultados podem falar por si. O esporte é bom por isso”, completou Solberg.

O vôlei de praia foi incluído no programa dos Jogos em Atlanta-1996. Desde então, Emanuel, 42, esteve presente em todas as cinco edições da competição. Foram três medalhas, incluindo a prata de Londres-2012 (jogando com Alison). Portanto, mais do que escolher entre um conjunto que vive melhor momento e outro que tem mais experiência, a CBV tem nas mãos o destino da última aposta olímpica de um dos maiores nomes da história do esporte nacional.

Até o planejamento de treinos para a Rio-2016 será usado na comparação entre as duplas candidatas. “Queremos isso até das equipes que já estão confirmadas: uma colaboração muito estreita com comissões técnicas e com o COB, que vai dar apoio às equipes com laboratórios, análises e parte física, por exemplo. Vamos fazer uma análise muito detalhada e precisa para chegar à conclusão de qual dupla tem as melhores condições de trazer uma medalha para o Brasil”, disse Danilas.

No feminino, a dupla com melhor desempenho no ranking de 2015 é Ágatha/Bárbara, atuais campeãs mundiais, mas a CBV já indicou Larissa/Talita porque considera a classificação do ciclo olímpico.

Se a CBV priorizar resultados recentes, a dupla formada por Fernanda Berti e Taiana, vice-campeãs mundiais em 2015, é a principal ameaça a Ágatha e Bárbara na briga pela segunda vaga. No entanto, a entidade também pode optar por Juliana e Maria Elisa, vencedoras do circuito mundial em 2014.

Juliana, aliás, é a maior vencedora da história do circuito mundial (oito títulos). A atleta é mais um caso de passado vitorioso e experiência, fatores que a CBV pode considerar como essenciais para definir os conjuntos que têm mais chance de medalha em 2016.

“Vamos nos debruçar sobre a temporada e anunciar em janeiro com a certeza de que escolheremos as melhores duplas para representar o Brasil. Creio que nossas equipes vão se preparar muito bem para manter a tradição do vôlei de praia de sempre obter medalhas nos Jogos Olímpicos”, finalizou Danilas.

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