! Chinês acusa brasileira de agressões, mas pede fim de polêmica na natação - 14/08/2015 - UOL Olimpíadas

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Chinês acusa brasileira de agressões, mas pede fim de polêmica na natação

Do UOL, em São Paulo*

O nadador chinês Sun Yang explicou nesta sexta-feira o incidente que teve com a brasileira Larissa Oliveira no domingo, último dia do Mundial de Esportes Aquáticos de 2015, em Kazan (Rússia). Na ocasião, Larissa – atleta da equipe feminina do revezamento 4x100 m medley do Brasil – reclamou ter sido puxada por Sun na piscina de aquecimento, onde os dois dividiam a mesma raia.

No dia, Alberto Silva, o Albertinho, técnico-chefe da delegação brasileira contou o que aconteceu: ”Ela reclamou, e ele disse que ela estava atrapalhando o treino dele. A nadadora reagiu, e os dois bateram boca. O atleta chinês tentou acertá-la com uma cotovelada e um chute. Quando o técnico dela viu, correu até a borda da piscina”.

Agora, em entrevista à emissora estatal chinesa CCTV (vídeo acima, com legendas em inglês), Sun Yang afirmou que o incidente foi motivado por um conflito anterior com a brasileira. Segundo ele, Larissa estava nadando com pés de pato na piscina de aquecimento – o que é proibido pela Federação Internacional de Natação justamente para evitar choques de atletas.

“Muitos atletas rejeitam a recomendação e se chocam com outros atletas na piscina. Isso é perigoso. Eu não quis esconder isso, porque não faz diferença para mim. É normal que tenhamos alguns encontrões nas piscinas. No momento, ela me chutou com o pé de pato, e eu disse a ela que o pé de pato não é permitido. Mas ela me respondeu com um gesto grosseiro, então fiquei com raiva no momento e tentei me comunicar com ela. Ela me chutou antes, então houve um atrito entre a gente”, disse Sun Yang.

“A verdade foi diferente do que ouvimos por parte do Brasil. Eu não disse nada no dia, e reportamos a equipe do Brasil à Fina. Mas já passou, e isso não me chateia. Só queríamos contar a verdade, e não espalhar boatos. É normal haver contato físico na piscina de aquecimento. Neste Mundial, minhas mãos foram acertadas por atletas estrangeiros o tempo todo”, completou.

Apesar do clima quente por conta das trombadas na piscina, Sun Yang reforçou em seu discurso a intenção de superar o episódio com Larissa. Na entrevista, o atleta afirmou que a prorrogação do caso não interessa a brasileiros ou chineses.

“A China é um grande país, e também uma potência esportiva. Não precisamos nos preocupar. Temos muito técnicos e líderes na Fina, e acho que é generoso de nossa parte nos explicarmos com eles. Para mim, isso já passou. Para o Brasil, para a China, isso não nos interessa muito. Não é necessário destruir uma amizade por isso”, analisou.

CBDA isenta Larissa e diz: chinês poderia ter conversado

Apesar das acusações do nadador chinês, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) acredita que Larissa não infringiu nenhum regulamento. Para Ricardo Moura, coordenador técnico de natação da entidade, o incidente poderia ter sido evitado.

“Existem pessoas que controlam a piscina de aquecimento, o que você pode usar e o que você não pode usar. Se ela estava usando (pés de pato) naquele momento, alguém permitiu que ela usasse”, disse o coordenador técnico da CBDA, em contato telefônico com o UOL Esporte.

O dirigente participou do Mundial de 2015 trabalhando com a Fina, e foi o responsável por receber o protesto verbal do Brasil pela agressão do nadador chinês. Segundo ele, o incidente “morreu ali”.

“A Fina imediatamente entrou em contato com a delegação da China”, explicou Ricardo de Moura. “Não foi a primeira vez do Sun Yang. Ele não estava bem. Na verdade, é um incidente superado. É difícil encontrar esse tipo de atitude em natação”, completou.

Embora tenha isentado Larissa Oliveira de responsabilidade e colocado panos quentes no desentendimento entre os atletas, Ricardo de Moura admite que esperava uma conduta diferente de Sun Yang. “Não custava ele conversar de forma adequada antes da agressão. Ele fala bem inglês, o técnico dele (Brett Hawke) é australiano. Ele poderia pedir de forma gentil e impedir que isso acontecesse”, afirmou.

Atualizada às 15h02 

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