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Falta de perspectiva por medalha fez Maurren trocar Olimpíada pela Globo

Wander Roberto/Acervo COB
Maurren Maggi ainda sonha com o tetracampeonato dos Jogos Pan-Americanos imagem: Wander Roberto/Acervo COB

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

A falta de perspectivas por um bom resultado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, foi determinante para Maurren Maggi anunciar que este será seu último ano como atleta profissional e que passará a se dedicar exclusivamente à carreira de comentarista na Rede Globo. A aposentadoria em 2015 foi revelada no último domingo, durante participação ao vivo no programa Esporte Espetacular.

“Não foi fácil tomar esta decisão. Mas acho que seria muito difícil conseguir um grande resultado na Olimpíada, e me sinto muito bem como comentarista. A oportunidade de comentar uma Olimpíada em casa me deixa muito empolgada. Será muito importante para mim”, afirmou a saltadora de 38 anos em entrevista ao UOL Esporte.

Mas antes de pendurar definitivamente as sapatilhas, a campeã olímpica do salto em distância em 2008, tem uma obsessão: a conquista do tetracampeonato Pan-Americano em Toronto (CAN) no mês de julho. Esta, inclusive, deverá ser a sua última competição, uma vez que não faz planos de disputar o Mundial de Pequim (CHN), entre os dias 22 e 30 de agosto.

“Meu foco total é esta medalha de ouro no Pan. E acredito que para isso terei de saltar 6,80m. De 6,60m a 6,75m dá para brigar por um lugar no pódio. Mas ainda faltam dois meses e tem muito trabalho pela frente”, afirmou Maurren.

E o principal “trabalho” será conseguir a classificação para o Pan. No momento, a atleta ainda não tem vaga assegurada na delegação brasileira para a disputa no Canadá.

Apesar de já ter saltado 6,51m neste ano e superado o índice estabelecido pela Odepa (Organização Desportiva Pan Americana) -  que é de 6,18m -, Maurren fica atrás no ranking brasileiro de Tânia da Silva (6,53m) e Eliane Martins (6,65m). Pelo regulamento do Pan, cada país pode levar apenas duas representantes em cada prova.

A convocação será feita pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) no dia 14 de junho, logo após o término do Campeonato Sul-Americano de Lima (PER). A competição será a última válida para a obtenção de índices. Antes, Maurren terá a chance de fazer uma boa marca no Troféu Brasil entre 14 e 17 de maio em São Bernardo do Campo (SP). Este torneio, aliás, será o seu primeiro com a camisa do São Paulo, clube que voltará a defender após quase três anos.


“Até o último minuto irei atrás deste índice, e estou muito confiante”, afirmou a saltadora.

Não tão confiante Maurren está quanto a possibilidade uma brasileira conseguir um bom resultado no salto em distância na Olimpíada do ano que vem. Ela diz não ter uma sucessora.

“Aqui no Brasil temos algumas meninas que conseguem saltar bem, mas em alto nível, em competições internacionais é mais complicado. Não existe uma sucessora. Vamos ver se para 2020 (Olimpíada de Tóquio) chega alguém com chances reais de conseguir medalhas”, analisou.

 

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