Sob críticas, ginástica ganha CT 20 meses antes da Olimpíada
Faltando menos de 20 meses para o início da Olimpíada de 2016, os ginastas brasileiros enfim ganharam um local de treinamento para o evento. Foi inaugurado nesta sexta-feira (16) um centro de treinamento específico para o esporte no Rio de Janeiro, cidade-sede da Jogos Olímpicos.
O espaço tem mais de 2.500 metros quadrados, aparelhos de última geração e fica dentro da área do futuro Parque Olímpico do Rio. Segundo atletas e comissão técnica oferece boa condição para preparação de esportistas para todas as modalidades da ginástica artística. O problema é que o CT foi inaugurado com seis anos de atraso.
"O ideal é que estivéssemos treinando aqui desde 2009.", afirmou o coordenador técnico da seleção brasileira masculina de ginástica artística, Leonardo Finco. "Sempre dissemos isso. Estava no nosso projeto visando à Olimpíada. Mas antes tarde do que nunca."
O medalhista olímpico Arthur Zanetti, ouro em Londres-2012, e o ginasta Diego Hypólito estiveram na inauguração do CT e ratificaram o discurso de Finco. Foram, porém, menos críticos que o coordenador da seleção e disseram que o CT ainda pode fazer diferença em 2016.
"É óbvio que tinhamos que ter o CT com um antecedência maior, mas é óbvio também que ainda há tempo para que o espaço faça diferença", afirmou Diego.
"Poderia ter sido feito antes", disse Zanetti. "Mas agora temos as mesmas condições de treinamento que os nossos principais adversários."
A equipe de ginástica masculina deve treinar periodicamente no CT do Rio, mas não de forma permanente. Os doze ginastas com mais chances de medalhas na Rio-2016 alternarão períodos de treinos nos clubes e no CT.
Já a equipe feminina de ginástica estará, sim, fixa no Rio a partir de agora. A ginasta Jade Barbosa e outras atletas já utilizam o novo CT desde o dia 5.
O diretor executivo de Esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Marcus Vinicius Freire, afirmou que o CT já é um legado esportivo da Olimpíada de 2016. Segundo ele, o espaço de treinamento estará à disposição dos atletas de forma permanente, mesmo após o fim dos Jogos.
Freire ainda minimizou o atraso na inauguração do CT. "É sempre bom ter estrutura, mas não tínhamos. Em 1984, eu treinei para a Olimpíada numa quadra de cimento", disse ele, lembrando que foi jogador de vôlei. "Tivemos bons resultados mesmo assim."
Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, afirmou que a construção de equipamentos esportivos no país leva tempo. Destacou que o importante é que o processo de construção começou. "O Brasil começou sua preparação para a Olimpíada sem nenhum centro de treinamento como esse. Essa construção vai ocorrendo aos poucos, gradativamente."