Marta e cia. tentam ouro inédito contra os Estados Unidos, em Pequim
Bruno Freitas
Em Pequim (China)
Sobrará para as mulheres da seleção feminina do Brasil a seqüência do sonho de conquista do primeiro ouro do futebol do país na história das Olimpíadas. A derrota do time de Ronaldinho Gaúcho e companhia na semifinal contra a Argentina nesta terça-feira adiou a antiga busca masculina para os Jogos de Londres, em 2012.
Assim, a seleção de Marta e Cristiane poderá conseguir para o Brasil um feito que a equipe masculina jamais conseguiu em 11 participações olímpicas, contando já com o desempenho na China. As meninas da seleção enfrentam os Estados Unidos na final do torneio feminino de Pequim na próxima quinta-feira, às 10h (horário de Brasília).Será a segunda chance de ouro para a seleção feminina, que caiu justamente diante das norte-americanas na decisão dos Jogos de Atenas, há quatro anos."Tomara que a gente escreva essa história de uma forma diferente dessa vez, e saia daqui com a medalha amarelinha no peito", declarou a estrela Marta, melhor jogadora do mundo no prêmio da Fifa nos anos de 2006 e 2007.Ao contrário da disputa masculina, centenária na história das Olimpíadas (a primeira vez que o futebol constou no programa foi nos Jogos de Londres-1908), a competição entre mulheres teve início em Atlanta-1996.De lá para cá, a seleção brasileira conseguiu participações honrosas, com desempenho progressivo. Nas duas primeiras edições, as mulheres do país conseguiram já ir à semifinal, mas acabaram derrotadas em ambas as oportunidades na disputa pelo bronze: em Atlanta-1996 pela Noruega e em Sydney-2000 pela Alemanha.Depois de dois quarto lugares, a seleção feminina do Brasil ascendeu de patamar no cenário da modalidade, de uma equipe de pretensões intermediárias para um time realmente de ponta.A transição foi pontuada principalmente pela conquista da medalha de prata nos Jogos de Atenas, há quatro anos, em uma decisão dramática com os EUA, além do vice-campeonato mundial de 2007, com derrota na final para a Alemanha.No entanto, duas vitórias recentes são simbólicas na afirmação internacional da seleção feminina brasileira. A primeira delas na semifinal da Copa do ano passado sobre as norte-americanas, por 4 a 0. A segunda já nestes Jogos de Pequim, na goleada sobre as alemãs por 4 a 1, na semifinal. "A gente quer muito essa medalha, é o nosso objetivo. Então temos que jogar contra elas (norte-americanas) exatamente como jogamos no Mundial", comentou a meio-campo Daniela Alves nesta terça-feira.