Messi e Ronaldinho são as estrelas do duelo olímpico
Bruno Freitas
Em Shenyang (China)
Depois de passarem por dramas em seus respectivos confrontos de quartas-de-final, com desfecho apenas na prorrogação, Brasil e Argentina levarão o clássico de maior rivalidade da América do Sul para Pequim, o centro dos Jogos Olímpicos.
Os brasileiros alcançaram as semifinais depois da vitória por 2 a 0 sobre Camarões em Shenyang, em confronto em que o adversário teve um jogador a menos desde o começo da segunda etapa do tempo normal. A Argentina se classificou em seguida ao bater a Holanda em duelo equilibrado em Xangai por 2 a 1, também com necessidade dos 30 minutos de prorrogação.
Classificados à semifinal com campanhas semelhantes, ambos com quatro vitórias seguidas, os dois favoritos ao ouro se enfrentam na semifinal do torneio masculino de futebol na terça-feira, às 10h (horário de Brasília).
Será apenas o segundo jogo em edições de Jogos Olímpicos da maior rivalidade do futebol sul-americano e uma das maiores do mundo.
O único confronto anterior entre os arqui-rivais aconteceu nos Jogos de Seul, 1988, quando a equipe de Bebeto e Romário passou pelos argentinos nas quartas-de-final por 1 a 0, em 25 de setembro de 1988, com gol do vascaíno Geovani. Na oportunidade, a equipe dirigida por Carlos Alberto Silva tinha como um dos titulares o lateral Jorginho, hoje auxiliar de Dunga na comissão técnica.
Após rodarem por sedes periféricas dos Jogos de 2008, as estrelas de Brasil e Argentina finalmente chegam a Pequim para dividir espaço com a badalação de outras modalidades das Olimpíadas.
No entanto, o 'superclássico' sul-americano não acontecerá no maior palco de evento, o Ninho de Pássaro, destinado apenas para a decisão. O choque entre o time de Ronaldinho e o de Messi acontecerá no estádio dos Trabalhadores, estádio secundário dos Jogos, com uso exclusivo para o futebol.
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A Argentina chega com reputação de atual campeã olímpica, graças à vitória nos Jogos de Atenas-2004, em Olimpíada em que o futebol brasileiro nem sequer conseguiu classificação.
Assim como Brasil, a comissão técnica da Argentina teve dificuldades de liberação de atletas que atuam no futebol europeu. O time ficou sem o zagueiro Nicolás Burdisso, por exemplo, após veto da Inter de Milão. Para contar com o astro Lionel Messi, os argentinos enfrentaram verdadeira batalha política com o Barcelona, com direito à intervenção da Fifa e da CAS (Corte Arbitral do Esporte).
Os brasileiros, por sua vez, perderam lutas para levar Kaká e Robinho às Olimpíadas, mas venceram os clubes europeus em braço-de-ferro por Diego e Rafinha, atletas de clubes da Alemanha.
Na semifinal, o Brasil levará um retrospecto recente favorável diante dos argentinos, com vitórias nas decisões da Copa América de 2004 e 2007, além da Copa das Confederações de 2005.
"É um jogo diferente, por tudo o que envolve, toda a rivalidade. E chega com moral. Qualquer um que ganhasse entre Argentina e Holanda chegaria com moral", declarou o volante Lucas.
"O Brasil sempre disputa as competições pensando no primeiro lugar, nunca no segundo lugar. É isso que nos interessa aqui", afirmou o meio-campo Anderson, sem comemorar a aproximação ao pódio.