"Desgaste vem e passa", disse um líder do centrão à coluna às 16h59, quando já ficava claro que o placar da aprovação da PEC da Blindagem havia dado fôlego aos entusiastas da votação da urgência da anistia geral e irrestrita. O texto só entrou em votação perto das 21h de ontem. O motivo: o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia dito a integrantes do governo, do Senado e do Supremo que só colocaria a anistia ampla em pauta para derrubar o tema, com rejeição da maioria da Câmara. Prometeu e não cumpriu. Os sinais de cansaço com a dubiedade do comandante dos deputados, que decidiu abraçar uma série de pautas polêmicas para, nas palavras do próprio Motta, ter "governabilidade" no plenário, começaram a ficar evidentes quando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), demonstrou publicamente sua irritação com cobranças de radicais e ataques persistentes.