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19/08/2008 - 02h17

Organização colocou vara de Fabiana entre material de eliminadas

Bruno Doro
Em Pequim (China)
A organização dos Jogos Olímpicos de Pequim anunciou nesta terça-feira que a vara perdida de Fabiana Murer foi encontrada entre o material das atletas que não passaram pela fase de classificação do salto com vara. A brasileira disputou a final da prova na manhã de segunda-feira (no Brasil) e, no meio da disputa, percebeu que uma de suas varas tinha sumido.

Flávio Florido/UOL
Sumiço das varas prejudicou Fabiana, que ficou nervosa e não superou os 4,65 m
IMAGENS DA BRASILEIRA NA PROVA
ISINBAYEVA LAMENTA POR FABIANA
LEIA O PERFIL DE FABIANA
MAURREN CHEGA À FINAL
"Eles já me entregaram um documento, por escrito, explicando que a vara veio para a Vila junto com o material de outras atletas que tinham sido eliminadas", explicou o chefe da delegação brasileira, Martinho Nobre.

Uma das favoritas para a conquista da medalha, a brasileira deixou o estádio Ninho de Pássaro, após ser a décima colocada na final, muito abalada pelo ocorrido. Ela sentiu falta do material em seu terceiro salto, quando se preparava para tentar passar dos 4,55 m de altura. "Aquela era a vara que eu iria usar para dois saltos, 4,55 m e 4,65 m. Talvez até para 4,75 m", lembrou a saltadora.

Durante a disputa, Fabiana tentou parar a prova, ficando na pista em que a chinesa Gao Shuying iria fazer uma de suas tentativas frustradas de superar 4,55 m. Ao perceber que a vara não iria aparecer, Fabiana usou um equipamento diferente, o mesmo com que tinha saltado 4,80 m em junho, em São Paulo. Mas, já desconcentrada e fora de ritmo, acabou não superando os 4,65 m.

A delegação brasileira de atletismo ainda tentou anular a prova, em que a russa Yelena Isinbayeva quebrou o recorde mundial ultrapassando os 5,05 m, mas o protesto foi rejeitado pelo júri de apelação da Iaaf (federação internacional da modalidade) ainda na tarde de segunda (madrugada do Brasil).

Foi o segundo problema que a saltadora enfrentou em sua viagem à China. Ela chegou em Macau, onde o time brasileiro fez o período de aclimatação sem seu tubo de varas. O equipamento veio com seu técnico, Élson Miranda. Em Hong Kong, porém, ele teve problemas com o transporte do material.


A Confederação Brasileira de Atletismo contratou uma empresa para fazer o transporte das varas, que chegavam a até 5,00 m. Quando Miranda chegou com o pacote, porém, os chineses se negaram a embarcar na balsa, que ligava Hong Kong a Macau. O problema só foi resolvido depois que o presidente do Comitê Olímpico de Macau se envolveu na questão.

Antes, o companheiro de treino de Fabiana, Fábio Gomes da Silva, campeão pan-americano do salto em altura masculino, perdeu todas as suas varas, na viagem entre Europa e Brasil, a dias do embarque para a China. "Tive de montar um novo set de varas em São Paulo", lembra o atleta.

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