Quando Michael Phelps terminou os 200 m borboleta, rapidamente tirou os óculos e a touca de natação, atirando os dois para a beira da piscina. Na prova em que ele se tornou o maior atleta olímpico da história, o norte-americano ficou decepcionado com seu desempenho.
O ouro nos 200 m borboleta foi o quarto em Pequim - ele ainda venceu o 4x200 m livre menos de uma hora depois - e, como os outros títulos, veio com recorde mundial. Um problema nos óculos, porém, atrapalhou o norte-americano, que terminou a prova sem conseguir enxergar a piscina.
"Quando saltei, entrou água nos óculos e eu não enxergava mais nada. O problema é que, naquele momento, eu não tinha nada para fazer. Não dava para tirar os óculos porque estava com duas tocas nem tentar limpar. Tinha de nadar daquele jeito", conta o nadador.
A situação ficou dramática nos 100 metros finais, em que a visibilidade ficou ainda pior. "Eu comecei a tentar ver as sombras, enxergar o T (do chão da piscina). Então comecei a contar braçadas. Eu sei mais ou menos quantas braçadas eu dou em 50 metros".
Por isso, o desempenho acabou sendo abaixo do esperado para o nadador: fez "apenas" 1min52s03, recorde mundial seis centésimos mais rápido do que a marca anterior, do próprio Phelps, obtida no ano passado, de 1min52s09.
O objetivo, porém, era nadar na casa de 1min51. "Foi o melhor tempo (da história), mas estava desapontado. Sabia que poderia ir mais rápido do que isso. Mas não posso fazer nada agora".
Com os últimos resultados, Phelps já é o maior campeão olímpico da história, superando a marca que era de nove ouros e era detida pelo também nadador Mark Spitz, Carl Lewis (atletismo), Paavo Nurmi (atletismo) e Larisa Latynina (ginástica). A nova marca a ser batida pelo norte-americano é o de vitórias em uma única edição dos Jogos, que pertence a Spitz, com sete conquistas em Munique-1972. Ele ainda tem pela frente os 100 m borboleta, 200 m medley e 4x100 m medley.