Após chegar a Pequim e integrar a seleção brasileira na véspera do início da sua categoria, a judoca Andressa Fernandes não foi bem em sua curta jornada nas Olimpíadas. Logo na primeira luta, a brasileira da categoria meio-leve (até 52kg) foi derrotada pela dominicana Maria Garcia e deu adeus à disputa, pois não foi nem mesmo à repescagem.
Desde o início, a atleta paulista teve dificuldades com a pegada da adversária e não conseguiu se impor no combate. Após as duas judocas serem advertidas por falta de combatividade, Garcia forçou nova punição a Andressa. Com um minuto para o término da luta, a brasileira continuou com problemas para encaixar os golpes e não evitou a derrota. Ainda sentindo o efeito das quase 30 horas de viagem, ela passou mal após a luta, logo quando deixou o tatame.
O que chamou a atenção, porém, foi a postura da técnica Rosicléia Campos. Sempre agitada durante as lutas de suas atletas, a treinadora estava mais passiva neste domingo. Deu poucos de seus gritos e não pulou da cadeira, como costuma fazer. Quando Andressa foi confirmada nas Olimpíadas, Rose afirmou que a atleta "não trazia resultados há algum tempo" e que "preferia que não tivesse acontecido nada com a Érika".
Para a paulista ainda ter possibilidades de brigar pelo bronze, Garcia precisava vencer a sul-coreana Ok-Kyung Kim para manter chances de alcançar a semifinal. Contudo, a dominicana foi derrotada por ippon, o que desclassificou Andressa do torneio.
A presença da brasileira na competição já foi uma surpresa. Ela chegou de Santos no sábado, 28 horas antes de lutar, depois da polêmica que envolveu o corte da brasiliense Érika Miranda. A antiga titular rompeu os ligamentos do joelho direito em julho, ainda no Brasil, mas a comissão técnica brasileira esperou até a chegada à China, quase duas semanas depois da lesão, para cortá-la.
Andressa, então, começou uma guerra de declarações contra a Confederação Brasileira, acusando a entidade de tentar vetar sua participação nos Jogos. Segundo o coordenador técnico Ney Wilson, porém, eles não anunciaram a substituição de Érika na hora por não ter certeza se Andressa poderia entrar no lugar.
O sim veio apenas na quinta-feira, três dias antes de sua participação nos Jogos Olímpicos, após o presidente da entidade, Paulo Wanderley Teixeira conversar com membros da Federação Internacional do Judô.
* Atualizada às 02h42