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Relatório aponta rombo de R$ 132 mi na Rio-2016, que culpa Governo

Bob Martin for OIS/COI/AFP
Fogos explodem em cerimônia dos Jogos Paraolímpicos. Rio-2016 tem rombo de R$ 132 milhões imagem: Bob Martin for OIS/COI/AFP

Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Ainda que o Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 não divulgue os gastos totais das Olimpíadas, já é possível saber o tamanho da dívida da entidade. Um relatório de demonstrações contábeis acompanhado de uma auditoria, obtido pelo UOL Esporte, aponta um rombo de mais de R$ 132 milhões no Comitê.

Os valores milionários são relativos a dívidas com fornecedores, funcionários e outros credores em um balanço de 31 de dezembro de 2016.

Em contato com a reportagem, o Comitê reconhece as dívidas, mas informa que vem negociando com fornecedores para abater parte do valor. Ainda assim, não informa quanto dos R$ 132 milhões já foi quitado.

No relatório, a empresa de auditoria “Grant Thornton” faz um alerta e indica a “existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade da Entidade em liquidar os seus passivos”.

No mesmo documento, a Rio-2016 já sabe em quem empurrar parte da culpa pelo rombo: “a entidade espera que seja aportado pelo Governo do Estado (RJ) e pelo Município do Rio de Janeiro, em função da garantia assumida para a realização dos Jogos Olímpcos e Paralímpicos perante o Comitê Olímpico Internacional – COI”.

Governo Federal citado

Os problemas de caixa foram identificados antes dos Jogos Paraolímpicos, que poderiam ter redução em detalhes de organização. O governo federal, segundo o documento obtido pela reportagem, pediu para que não se diminuísse os Jogos Paraolímpicos, e a União e a Prefeitura do Rio decidiram entrar com R$ 250 milhões para o evento, dividido da seguinte maneira:

A Prefeitura liberaria R$ 150 milhões, por meio de um convênio, e o governo federal R$ 100 milhões, por meio de patrocínios de empresas públicas. Segundo o relatório, somente parte desse valor chegou aos cofres do Comitê Organizador.

Do governo federal, foram liberados R$ 73,5 milhões, e pela prefeitura R$ 30,42 milhões, até dezembro de 2016. O relatório aponta, portanto, que faltaram R$ 146,5 milhões. O Comitê Organizador ainda espera que o dinheiro seja liberado.

Na sexta-feira, este relatório de prestação de contas do Comitê Rio-2016 será votado pelas confederações membros em assembleia do COB, o Comitê Olímpico Brasileiro. O presidente dos dois comitês é Carlos Arthur Nuzman.

O UOL Esporte entrou em contato com os governos municipal (Rio de Janeiro), Estadual (RJ) e Federal para comentar o caso e explicar a negociação pelo aporte citado pela Rio-2016, mas não obteve resposta até o fechamento da reportagem.

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