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Irlandês da máfia cambista na Rio 2016 pode sair do país se pagar R$ 1,5 mi

Larry French/Getty Images
Presidente do Comitê Olímpico da Irlanda, Patrick Hickey foi preso durante jogos olímpicos por cambismo. imagem: Larry French/Getty Images

Aiuri Rebello

do UOL, em São Paulo

O irlândes Patrick Joseph Hickey, um dos oito réus acusados de participar da máfia cambista que operava nos Jogos Olímpicos Rio 2016, foi autorizado pela Justiça a sair do Brasil. Para tanto, ele deve pagar uma fiança de R$ 1,5 milhão e assinar um termo onde compromete-se a voltar sempre que for solicitado.

De acordo com a decisão proferida na quarta-feira (16) pela juíza Juliana Leal de Melo, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, Hickey poderá voltar à Europa para realizar um tratamento de saúde. Na mesma sentença, foi definida a quebra do sigilo telefônico, de informática e dos aparelhos eletrônicos, como smart phones e computadores, apreendidos com o irlandês.

Na ação penal proposta pelo Ministério Público, os réus Marcus Paul Bruce Evans, Patrick Joseph Hickey, Kevin James Mallon, Michael Glynn, Ken Murray, Eamomm Collins, Maarten Van Os, David Patrick Gilmore, Martin Studd e Bárbara Zancope Carnieri são acusados pelos crimes de cambismo, organização criminosa, estelionato, marketing de emboscada, lavagem de dinheiro, crime contra ordem tributária.

A quadrilha internacional montada para a venda ilegal de ingressos da Olimpíada de 2016 operou com entradas reservadas a pelo menos oito comitês olímpicos nacionais. Além de tíquetes nominais à Irlanda e à Eslovênia –conforme já revelou o UOL Esporte--, a chamada máfia do ingresso da Rio-2016 comercializava entradas destinadas a Barbados, Chile, Guatemala, Letônia, Panamá e Paraguai.

Hickey era o presidente do Comitê Olímpico da Irlanda e membro do COI (Comitê Olímpico Internacional) quando foi preso. O esquema foi desbaratado pela polícia civil carioca em meio aos Jogos.

Hickey foi preso no dia 17 de agosto e saiu da cadeia no dia 29 do mesmo mês, após a concessão de um habeas corpus, mas estava impedido de sair do país. Outros sete estrangeiros tiveram a prisão decretada, mas não foram localizados pela polícia. Quando foi preso em seu quarto de hotel na Barra da Tijuca, o irlandês estava com 823 ingressos para diversos eventos concorridos da Olimpíada. Segundo a polícia, as entradas seriam vendidas pela máfia cambista.

 Agora, quando for confirmado o pagamento da fiança de R$ 1,5 milhão, ele poderá reaver o passaporte e pegar vôos internacionais. O UOL não conseguiu contato com os advogados do irlandês.

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