Famosa por aquecimento sexy, ela perdeu até bolsa-atleta após fiasco no Rio
Às vésperas da Olimpíada do Rio de Janeiro, Michelle Jenneke era vista como grande promessa do atletismo australiano. Mas um vexame na Rio-2016 fez a corredora de 23 anos perder o patrocínio do governo e ser colocado em xeque pelo próprio treinador.
Especialista nos 100 m com barreiras, Jenneke ficou mundialmente conhecida devido à forma sexy de se aquecer antes das competições. Ela costuma dançar, requebrando o quadril antes das largadas. Devido ao modo curioso de se apresentar, a corredora australiana virou sensação na internet e até mesmo garota-propaganda de grandes marcas como a Coca-Cola e Puma.
Quando a Olimpíada terminou, no entanto, Jenneke viu sua imagem ruir. Ela não só não conseguiu se classificar às finais dos 100 m com barreiras, como terminou apenas na 37ª colocação da competição. O resultado muito aquém do esperado fez com que o governo australiano cortasse completamente o financiamento da corredora – em programa semelhante ao bolsa-atleta do governo brasileiro.
O corte do financiamento de Jenneke acontece mesmo diante do aumento das verbas para o esporte australiano. Para o próximo ciclo olímpico, por exemplo, 62 novos corredores receberão o investimento tendo em vista a projeção dos desempenhos para Tóquio-2020.
Além de frustrante, o resultado de Jenneke na Olimpíada também foi inesperado. Ela vinha de bons resultados recentes. Ela venceu sua especialidade no Campeonato Nacional Australiano de Atletismo, em abril passada, classificando-se à Rio-2016, e tinha se tornado a segunda mulher australiana mais rápida da história nos 100 m com barreiras, em 2015, ao correr para 12s82.
Para se ter uma ideia, na Olimpíada, após seu tradicional ritual de aquecimento, Jenneke completou a prova em 13s26 – muito acima de sua melhor performance. Mas, então, o que deu tanto errado em tão pouco tempo para Jenneke? Como ela foi de resultados históricos em seu país ao resultado vexaminoso no Rio em poucos meses?
O técnico do atletismo australiano tem uma versão. “É algo que eu tenho que discutir com ela. Ela certamente não chegou aqui [no Rio] na forma física que deveria ter chegado”, opinou Craig Hilliard, logo após o fiasco na Rio-2016.
“Chega o fim do dia, e bem, [o atletismo] não é uma prioridade. Se não é uma prioridade, então por que nós temos atletas financiados?”, indagou o treinador australiano, antes mesmo de Jenneke ter sua bolsa cortada.