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Nuzman se reelege hoje presidente do COB e encaminha sucessor até 2028

Divulgação/IJF
Carlos Arthur Nuzman (à esq.) e Paulo Wanderley Teixeira imagem: Divulgação/IJF

Eduardo Ohata e Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

A eleição para a presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB) marcada para as 10h30 desta terça-feira definirá não somente os próximos quatro anos, mas provavelmente os 12 que virão pela frente.

Carlos Arthur Nuzman, 74 anos, será eleito por aclamação para o seu sexto mandato - não há chapa de oposição inscrita - e em 2020 completará 25 anos à frente da entidade. Quando sair, já terá um nome forte para substituí-lo: Paulo Wanderley Teixeira, 66 anos.
 
Wanderley ocupará o cargo de vice de Nuzman, assumindo a vaga que desde 1995 pertencia a André Richer. Ele preside a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) desde 2001 e deixará o posto ao fim deste ano. Assim, só se dedicará à sua nova função no COB.
 
Como vice do Comitê, Wanderley ganhará mais poder, será fundamental no processo de transição e candidato lógico a sucessão. Em 2020, Nuzman não poderá se candidatar a mais uma reeleição. Medida Provisória assinada em 2013 pela presidente Dilma Rousseff incluiu alterações na Lei Pelé que impôs limite de duas reeleições a dirigentes de entidades esportivas como condição para continuar a receber verbas públicas.
 
“Há duas interpretações da lei, que diz que o dirigente esportivo tem direito a uma eleição e uma reeleição”, comenta Paulo Wanderley à reportagem do UOL. “Por uma interpretação, esse é o último mandato do Nuzman, mas pela segunda interpretação, como a medida passou a valer no meio do mandato dele, ele teria direito a essa eleição e mais uma reeleição. Isso os juristas é que podem dizer.”
 
Não se descarta também a possibilidade de Nuzman se licenciar do cargo do presidente do COB para concorrer à chefia da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa). O pleito não tem data marcada, podendo ocorrer ainda neste ano ou em 2017.
 
Para muitos surpreendeu a indicação de Paulo Wanderley, pois no decorrer dos anos, outros nomes surgiram para ser o vice e eventual sucessor de Nuzman, como o do presidente da Federação Internacional de Vôlei, Ary da Graça, o do ex-superintendente do COB, Marcus Vinicius Freire, e até o do candidato do PSDB à prefeitura do Rio, Carlos Osório.
 
“Não foi surpresa quando o Nuzman me convidou, todo mundo quer chegar ao ponto mais elevado de sua atividade. Foi honroso, não uma surpresa”, disse .“O convite foi feito no segundo semestre do ano passado, mas falávamos disso há mais tempo. Acredito que tenho a aprovação de meus pares.”
 
Entre os motivos que fortaleceram o nome de Paulo Wanderley estão o fato de o judô ter ganhado o status de “carro-chefe de medalhas” para o Brasil em Olimpíadas, o fato de a CBJ contar com nada menos do que cinco patrocinadores (Bradesco, Petrobras, Cielo, Infraero e Scania), fora parceiros de mídia, e a habilidade política do cartola, sem “levantes” de federações estaduais.
 
Paulo Wanderley foi bastante cuidadoso ao ser questionado sobre quais ideias está levando ao COB. “Quem é o presidente é o Nuzman, sou o vice.”
 

Chapa de oposição foi derrubada após idas e vindas na Justiça

Nuzman será candidato único à presidência pois em agosto conseguiu na Justiça derrubar a liminar obtida pelo oposicionista Alaor Azevedo que permitia a inscrição de sua chapa.
 
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa havia obtido em abril um mandado de segurança que barrou a obrigação de que as chapas fossem registradas até o fim daquele mês.
 
“Oposição é algo sadio, permite que a evolução, mas tem que ser dentro da lei e tampouco fazer oposição por fazer oposição”, diz Paulo Wanderley. 
 
A reportagem não conseguiu contato com Azevedo, que lançou o movimento Muda COB, no qual apresenta ideias para melhorias do comitê.
 

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