Atletismo do Brasil reclama ter perdido dois ouros por irregularidades

O atletismo paraolímpico brasileiro avaliou como positiva a participação do país na modalidade na Rio-2016. Com as 32 medalhas, sendo 8 ouros, 14 pratas e 10 bronzes, atingiu-se o recorde de pódios da história do esporte. Nas contas do comitê nacional, porém, o desempenho poderia ter sido ainda maior caso não tivessem ocorrido possíveis irregularidades em provas envolvendo seus atletas.

Coordenador técnico do CPB, Ciro Winckler cita a prova de Odair Santos nos 5.000 metros classe T11 (cego total), onde o queniano Samuel Kimani, que levou o ouro, teria corrido com a venda de tapar os olhos fora do lugar, e os 200 metros da classe T11, onde o guia do atleta da Namíbia, Ananias Shikongo, teria o puxado, o que é ilegal.

“Posso te dizer tranquilamente que perdemos dois ouros. Um na prova do Odair, que teve uma série de infrações, e o da Namíbia, que teve aquela puxada. Nós estamos sempre trabalhando e tentando reverter e melhorar a qualidade do esporte. Perdemos duas medalhas. Ponto. Faz parte do jogo. Faz parte o árbitro errar. Cabe trabalharmos para que o esporte, de uma maneira geral, cresça”, declarou o dirigente.

Ciro, no entanto, destacou a evolução de 78% do desempenho do atletismo brasileiro nos Jogos e ressaltou a força da nova geração.

“Uma coisa que marcou muito e que mais me chamou atenção: das oito medalhas de ouro, sete foram de atletas jovens, que nunca tinham ganho medalha em Jogos”, disse.

Apesar da grande evolução de Londres-2012 para a Rio-2016 na modalidade, o Brasil obteve apenas um ouro a mais que na competição passada, fato que o coordenador técnico já adiantou que será trabalhado.

“Conseguimos evoluir nas medalhas de um modo geral e esse era nosso objetivo. Trabalhamos dentro da nossa realidade, mas é óbvio que, a partir de agora, temos que manter as de ouro e trabalhar para transformar a prata em ouro”, destacou.