Tcheco propõe casamento no pódio paraolímpico. Namorada reclama, mas aceita
David Drahoninsky, da República Tcheca, vai voltar dos Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro com uma medalha de prata do tiro com arco W1 e uma noiva contrariada. Na sexta-feira, logo após perder a decisão para o britânico John Walker, ele quebrou o protocolo da Rio-2016, pegou um microfone e fez a proposta: “Lida, eu não ganhei o ouro. Desculpe. Mesmo assim, você quer se casar comigo?”
Lida, no caso, é Lida Fikarova, a namorada, que estava nas arquibancadas e desceu quando foi chamada. Quando Drahoninsky mostrou o anel de noivado, ela pareceu surpresa. Mas, na verdade, já estava esperando algo assim. “Ele queria me surpreender, mas deu entrevistas falando que iria fazer isso. Eu li na internet”, contou ela, rindo. E a reposta? “Eu disse sim. Mas aviso: não gosto desse tipo de atenção”.
Bem-humorado, o noivo medalhista olímpico pediu desculpas. “Eu sou um cara sortudo. A torcida aqui foi fantástica, eu consegui a medalha e ainda fiz uma surpresa para a minha namorada. O problema é que ela não gosta muito de surpresas. Então, os cinco dias que eu ainda vou ficar no Rio de Janeiro devem ser os últimos da minha vida. Porque, quando voltarmos para casa, ela vai me matar”.
O tcheco chegou aos Jogos como o favorito ao ouro. Era o atual campeão mundial, número 1 do mundo em sua classe e dono da melhor média de pontos por flecha entre todos os inscritos nos Jogos. Mesmo assim, caiu na final. Foi sua terceira medalha paraolímpica. Antes, ele foi ouro em Pequim-2008 e prata em Londres-2012.
A história de como o arqueiro chegou às Paraolimpíadas é inusitada. Quando tinha 16 anos, ele era atleta do taekwondo. Um dia, após um treino particularmente difícil, ele foi dormir cansado. O problema é que ele é sonâmbulo e, naquela noite, a porta da sacada estava aberta. David caiu do terceiro andar e fraturou uma vértebra, perdendo o movimento das pernas e comprometendo a mobilidade do braço esquerdo – cerca de 70% dos músculos do corpo foram afetados.