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Funai critica organização da Paraolimpíada por desrespeito ao povo indígena

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A índia Iganani Suruwaka participou do revezamento da tocha imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

A Fundação Nacional do Índio (Funai) criticou nesta sexta-feira a organização da Paraolimpíada dos Jogos do Rio por "ofensa e desrespeito aos povos indígenas do Brasil" em uma nota divulgada no começo deste mês.

"A Funai entende que tal posicionamento revela uma total incompreensão sobre a realidade indígena no país, refletindo uma visão preconceituosa e discriminatória sobre esses povos, suas culturas e seus modos de vida", disse em nota.

No texto divulgado no último dia 1º, que trazia informações sobre o revezamento da tocha, a organização dos Jogos deu detalhes da história de uma índia que participou do evento. Na explicação, ela disse que infanticídio, homicídio, abuso sexual, estupro, escravidão, tortura, abandono e violência doméstica são "práticas tradicionais nocivas em comunidades indígenas".

"A indiazinha nasceu na Amazônia, na tribo Suruwahá, com paralisia cerebral. Sua mãe, Muwaji Suruwahá, precisou fugir da aldeia para evitar o infanticídio indígena. A criança, por não andar, estava condenada à morte por envenenamento em sua própria comunidade", escreveu a organização da Paraolimpíada.

De acordo com a Funai, a alegação dessa suposta prática serve como tentativa de criminalização e demonstração de preconceito contra os povos indígenas, além de uma tentativa de justificativa para penalizar servidores públicos que atuam em áreas indígenas.

"A Funai repudia que um evento que tem entre seus objetivos dar visibilidade às pessoas com deficiências, promovendo, justamente, o respeito à diversidade e ao próximo e combatendo o preconceito e a discriminação, utilize concepções baseadas em ideias preconceituosas e discriminatórias para se referir aos povos indígenas do Brasil", disse a fundação.

 

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