Agência Antidoping pede ação da Rússia após nova divulgação de hackers
A Agência Mundial Antidoping (Wada) pediu a intervenção do governo da Rússia para acabar com os ataques de um grupo de hackers, depois de uma nova divulgação na quarta-feira de dados sobre 25 atletas que disputaram os Jogos Olímpicos da Rio-2016.
"Condenamos esta atividade criminosa e pedimos ao governo russo que faça tudo o que estiver em seu poder para que acabe", afirmou o diretor geral da Wada, Olivier Niggli, em um comunicado.
Ele indicou que o vazamento de dados é uma "represália" pelas medidas tomadas pela agência em sua luta contra o doping na Rússia. Dezenas de atletas do país foram excluídos dos Jogos Olímpicos do Rio, incluindo todos os integrantes da equipe de atletismo, com exceção de Daria Klishina, do salto em distância, que treina na Flórida.
Na terça-feira, a Wasda denunciou que o grupo de "hackers" russo APT28, também conhecido como Fancy Bears, se infiltrou na base de dados da agência e divulgou informações relacionadas a vários atletas americanos, como a ginasta Simone Biles, as tenistas Serena e Venus Williams e a jogadora de basquete Elena Delle Donne.
"Em um vazamento similar ao que a agência denunciou em 13 de setembro, desta vez o grupo divulgou publicamente dados confidenciais de 25 atletas de oito países. Entre os atletas afetados há 10 americanos, cinco alemães, cinco britânicos, um tcheco, um dinamarquês, um romeno e um russo", afirma o comunicado da Wada.
Entre os nomes citados na última leva se destaca o do ciclista britânico Chris Froome, tricampeão do Tour de France. Os documentos revelados pelos hackers sugerem que ele teve aprovadas duas TUEs (uso de terapia de exceção) para prednisolona, usada para tratar uma variedade de condições inflamatórias. A segunda, em 2014, tinha sido revelada pelo próprio ciclista, mas uma no ano anterior não tinha sido divulgada.
Froome se defender. "Eu tenho discutido abertamente meus TUEs (uso terapêutico de exceção) com a mídia e não tenho problemas com o vazamento que confirma minhas declarações. Em nove anos como profissional eu duas vezes fiz a requisição para uma crise de asma, a última vez foi em 2014", disse.
O ministro russo dos Esportes, Vitali Mutko, negou na quarta-feira qualquer vínculo do país com os vazamentos.
"Como podem dizer que são hackers da Rússia? Acusam a Rússia de tudo", disse Mutko, antes de afirmar que o país também está "muito preocupado, já que os hackers têm as mesmas informações sobre atletas russos".