Nuzman é cobrado por imprensa internacional e tem de explicar verba pública
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, foi cobrado por repórteres estrangeiros a explicar o uso de verba pública para a realização dos dois eventos esportivos. Em sua primeira coletiva de imprensa desde o início das Olimpíadas, em agosto, o dirigente não havia dado oportunidade aos jornalistas de lhe fazer perguntas. O que só ocorreu na manhã desta segunda-feira, 12.
Como o discurso oficial é de que Rio-2016 tem um orçamento equilibrado e usa apenas dinheiro da iniciativa privada, Nuzman foi instado por um repórter de uma agência internacional a falar sobre o convênio de R$ 150 milhões com a prefeitura. Ele respondeu:
“Trabalhamos com dinheiro privado e dentro do orçamento; assim que estamos mostrando como fazer os jogos; estamos sempre abertos; se o governo quer ajudar, tem a mesma importância para nós; estamos trabalhando assim até o final; o Rio deu enorme contribuição ao movimento olímpico e paraolímpico e trazendo enorme legado ao futuro; a Prefeitura transferiu uma quantia para adiantar valor que será dado pelos patrocinadores.”
Outros recursos de origem pública foram injetados nos Jogos Paraolímpicos, porém da esfera federal. Entraram como patrocinadores do evento as Loterias Caixa, a Apex, Embratur e Petrobras. Essa verba fez parte de um plano de socorro aos paraolímpicos porque essa verba fez parte de um plano de socorro aos paraolímpicos porque uma das principais fontes de renda dos Jogos, a venda de ingressos, era um fracasso quando faltavam duas semanas para a cerimônia de abertura. No entanto, as Paraolimpíadas caíram no gosto do público e nesta segunda-feira, 12, o Comitê organizador celebrou a marca de 1.9 milhão de tíquetes comercializados.
Os repórteres estrangeiros insistiram na pergunta sobre a manutenção do discurso de Nuzman segundo o qual os Jogos todos foram feitos sem verba pública, o dirigente minimizou: “Precisamos comparar todos os números que temos; no final dos Jogos vamos apresentar tudo. Foram US$ 2,8 bilhões para organizar; falamos de US$ 20 milhões do governo…”.
A resposta dele, no entanto, é imprecisa. Foi preciso o diretor de Comunicação da Rio-2016, Mario Andrada, explicar à imprensa estrangeira e também nacional. Os R$ 150 milhões da prefeitura são em forma de convênio, do qual o Rio-2016 diz precisar usar, até agora, R$ 30 milhões, para custear passagens aéreas de atletas, técnicos, oficiais e os cavalos que competem nos Jogos Paraolímpicos. O Comitê Organizador garante que o que não for utilizado deste convênio será devolvido à prefeitura.