Olimpíadas 2016

Conta aumenta, e arenas consumirão até R$ 82 milhões por ano pós-Olimpíada

Michael Heiman/Getty Images
Parque Olímpico da Rio-2016 deve consumir ao menos R$ 26,5 mi por ano em recursos municipais imagem: Michael Heiman/Getty Images

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Um mês depois de governos divulgarem um plano conjunto para o uso de arenas olímpicas após o fim da Rio-2016, o gasto foi revisado. A manutenção dos locais de competição, antes orçada em até R$ 59 milhões por ano, custará agora até R$ 82 milhões à prefeitura e ao governo federal.

A nova conta leva em consideração o novo plano do município para as arenas da Parque Olímpico da Rio-2016 após o fim da Olimpíada. Em agosto, o prefeito Eduardo Paes afirmou em entrevista coletiva que a manutenção das instalações esportivas da maior área de competições olímpicas custaria R$ 13 milhões por ano. Na verdade, custará até R$ 25,5 milhões por ano à prefeitura.

O novo valor consta do novo edital de concessão do espaço lançado pelo município na semana passada. Nesse edital, a prefeitura compromete-se a pagar até 24 milhões por ano a companhias interessadas em administrar as arenas do Parque Olímpico pelos próximos 25 anos. Assume também o compromisso de pagar até R$ 2,5 milhões por ano para manter a Arena Carioca 2, que recebeu as competições de judô durante a Rio-2016 e será convertida numa escola municipal após a Olimpíada.

O Centro de Tênis, o Velódromo e a Arena Carioca 3 –todas do Parque Olímpico—serão dedicados a eventos esportivos e servirão como centro de treinamento de atletas após a Rio-2016. Já a Arena Carioca 1 passará a ser usada em eventos. A manutenção dela e dos outros espaços também receberá aportes de dinheiro privados, os quais não são considerados na conta pública de manutenção do Parque Olímpico.

Além da manutenção do Parque, a prefeitura do Rio ainda vai gastar cerca de R$ 9,6 milhões por ano para manter três arenas olímpicas construídas no Parque de Deodoro. O circuito de canoagem slalom, de mountain bike e ciclismo BMX vão ser integrados ao Parque Radical, que a prefeitura abriu na quarta-feira (7). O prefeito Paes disse que o gasto com esse espaço será custeado pelo município.

Já o governo federal assumirá o gasto com as outras arenas do Parque de Deodoro, incluindo o Centro Nacional de Tiro Esportivo, Centro Nacional de Hipismo, entre outras estruturas. Isso vai custar R$ 46 milhões por ano ao Ministério do Esporte. Quem fará a gestão do local será o Exército Brasileiro, que já se utiliza da área.

A conta pública da manutenção das arenas olímpicas

Parque olímpico

Até R$ 24 milhões por ano para pagamento da empresa que administrará as arenas (recursos municipais)
Até R$ 2,5 milhões por ano para manutenção da Arena Carioca 2, que será convertida em escola (recursos municipais)

Parque de Deodoro

Até R$ 46 milhões por ano para manutenção de arenas (recursos federais)
Até R$ 9,6 milhões por ano para manutenção do Parque Radical (recursos municipais)

Total
Até R$ 82,1 milhões por ano, em recursos federais e municipais (não considerados recursos privados)

Sem prazo para legado

O novo edital de concessão do Parque Olímpico da Rio-2016 lançado pela prefeitura prevê que as arenas usadas na Olimpíada estejam liberadas para seu uso comercial ou público um ano após a empresa que administrará os espaços assumir o controle deles. A concorrência, entretanto, não fixa prazo para a adaptação completa do Parque Olímpico para seu modo legado.

“Fizemos mudanças no edital de concessão lançado anteriormente e resolvemos deixar em aberto o prazo para desmontagem do Centro Aquático Olímpico e do alojamento para atletas. Isso será definido junto com a futura concessionária”, disse o secretário municipal de Parcerias Público-Privadas, Jorge Arraes. “A preocupação com o legado do parque é pertinente, mas o mais importante é que as principais arenas estarão adaptadas para o legado dentro de um ano.”

Arraes explicou que o edital lançado neste mês é diferente do lançado em julho. Naquela concorrência, a prefeitura exigia mais investimentos da futura administradora do espaço para adaptar o Parque Olímpico ao seu modo legado. Fixava ainda que todas as obras deveriam estar 100% concluídas em 2023.

O secretario informou que as mudanças implementadas simplificam a concorrência. Segundo ele, quatro grupos já demonstraram interesse em administrar o Parque Olímpico. “Temos que esperar para saber se o interesse vai se confirmar na licitação. Mas o sucesso da Olimpíada ajudou a chamar atenção de algumas empresas”, disse. 

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