Milionário conhecido por humildade vence maratona; melhor brasileiro é 15º
Prata em Atenas-2004 e bronze em Pequim-2008 nos 5000 m, o queniano Eliud Kipchoge fechou a trinca de medalhas olímpicas neste domingo ao conquistar o ouro na maratona dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O maratonista completou o percurso realizado na maior parte sob chuva fina em 2h08min44. Paulo Roberto de Paula foi o melhor brasileiro com a 15ª colocação.
A prova começou a se definir a partir do km 30, quando o queniano Eliud Kipchoge, o etíope Feyisa Lilesa e o americano Galen Rupp se distanciaram do pelotão. Porém, a marca dos 35 km foi a senha esperada por Kipchoge para aumentar o ritmo, assumir a liderança com folga e passar a administrar a vantagem.
Assim, ele cruzou a linha de chegada com mais de um minuto de vantagem para o segundo colocado e medalha de prata Feyisa Lilesa (2h09min54). O bronze ficou com Rupp com 2h10min05.
Com vitórias nas mais importantes provas mundiais, Kipchoge chegou ao Rio de Janeiro como maior favorito por, entre outros fatos, ter feito a melhor marca da temporada (2h03min05) em abril, quando ficou a apenas 8 segundos do recorde mundial do seu compatriota Dennis Kimetto.
O queniano ainda chama a atenção por sua vida fora das pistas. Mesmo milionário, Kipchoge ainda leva uma de iniciante: limpa banheiros, mora fora de casa e fica longe da família. Tudo para se manter motivado.
Brasileiros
Cumprindo bem a sua proposta de corrida, Paulo Roberto de Paula terminou como melhor brasileiro da prova na 15ª colocação. Ele manteve-se no pelotão intermediário ao longo de toda a prova a escalou posições a partir do km 20. Foi de 55º a 15º e chegou próximo ao top-10 planejado. Completou a prova em 2h13min56.
"Eu tentei correr no estilo que sempre faço, respeitando o meu limite. Ficar entre os 35 e depois fazer um ritmo mais forte e tentar buscar uma posição entre os 10. Mas estou contente, quem conhece maratona sabe qual é o degaste", disse ao "Sportv".
Marilson dos Santos ficou em 59º e anunciou a sua despedida. “Eu não parei por uma questão de honra. Estava diante da minha torcida, no meu país, era minha última prova”, disse. Solonei da Silva terminou em 78º.
Largada sob chuva fina no Sambódromo
Definitivamente, o tempo não colaborou para a disputa da maratona no Rio de Janeiro. Uma chuva fina e persistente marcou a largada da prova no Sambódromo. A temperatura de 22° C era agradável para a disputa da prova, mas as condições climáticas não eram as ideais para os 155 inscritos.
A chuva é ruim para os atletas porque encharca o tênis e deixa ele mais pesado, aumentando o desgaste. Por outro lado, a temperatura mais amena faz um contrabalanço no esforço.
Público enfrenta chuva
O público que deixou a cama logo cedo para acompanhar a prova não encontrou um cenário muito animador, mas mesmo assim vestiu a capa de chuva e foi para as ruas prestigiar o fechamento do atletismo nos Jogos do Rio de Janeiro. Principalmente nos primeiros trechos do percurso, a presença ficou aquém da expectativa. Mesmo assim, muitas pessoas foram às ruas para saudarem os competidores.