! Isaquias fez o impossível na canoagem. Recompensa é ser dispensado de dupla - 21/08/2016 - UOL Olimpíadas

Canoagem

Isaquias fez o impossível na canoagem. Recompensa é ser dispensado de dupla

Bruno Doro e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

O que Isaquias Queiroz fez nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro era considerado impossível na canoagem. O baiano de 22 anos subiu ao pódio em uma prova individual em que percorreu 200 metros dois dias depois de ter sido vice-campeão olímpico dos 1000 m. Segundo o técnico Jesús Morlán, ninguém achava que ele seria capaz. “A comparação correta é pegar um corredor no atletismo e fazê-lo vencer nos 400 m, uma prova de velocidade, e os 1.500 m, que já é uma prova de meio-fundo”, explica o treinador.

Para entender: o C1-1000 m, em que foi prata, é uma prova que exige resistência, um ritmo de remadas mais calmo para se aguentar a movimentação por um quilômetro. Já o C1-200 m, onde conquistou o bronze, é uma prova de explosão, em que em menos de meio minuto é necessário remar o mais rápido que se consegue. “Ninguém acreditava. E ele ainda foi lá e colocou a prova de duplas. E foi ao pódio. O que ele fez é incrível. Estão todos, no mundo da canoagem, muito impressionados”, avisa Morlan.

A recompensa de Isaquias, porém, não será tentar repetir o feito em quatro anos, nos Jogos de Tóquio. A partir de 2017, ele foi dispensado da prova em duplas, na qual foi vice-campeão olímpico neste sábado (20) ao lado de Erlon Souza. Em seu lugar entra Ronílson de Oliveira, oitavo colocado no Mundial de 2014, que foi deixado de lado para a Rio-2016.

“Eu preciso dar uma chance a Ronílson por tudo o que aconteceu. Em 2015, pouco depois de ter feito seu melhor mundial, de estar a dois metros de uma medalha, eu disse a ele que ele estava fora do time. Ele é um cara superbacana e entendeu, mas não foi uma conversa legal. Agora, no novo ciclo olímpico, ele precisa voltar. Então, Isaquias está fora, Ronílson, dentro”, diz Morlán.

Isaquias tornou-se na Rio-2016 o atleta brasileiro com mais medalhas em uma edição de Jogos Olímpicos. O canoísta saiu da competição com duas pratas (C1-1000 m e C2-1000 m) e um bronze (C1-200 m).

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