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Presentes no 7 a 1, Parreira e Paixão não veem final olímpica como revanche

Vanderlei Almeida/AFP
Parreira era o parceiro de Felipão no Mundial de 2014 imagem: Vanderlei Almeida/AFP

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

O Brasil terá neste sábado (20) a grande chance de conquistar o inédito ouro olímpico no futebol, jogando a final do torneio em casa, no Maracanã. E o adversário no caminho não poderia ser mais emblemático: a Alemanha, responsável pelo maior trauma que o esporte nacional sofreu nos últimos anos, com os 7 a 1 sofridos na semifinal da Copa do Mundo de 2014, também disputada em terras nacionais.

Para dois personagens que estavam naquele jogo, porém, a final olímpica não tem nenhuma cara de revanche contra os alemães. Carlos Alberto Parreira, que era auxiliar técnico de Felipão, e Paulo Paixão, então preparador físico da seleção, sabem que o ouro não vai encobrir o desastre do Mineirão.

"Contra a Alemanha terá um saborzinho diferente, mas não tem revanche, porque revanche só em Copa do Mundo", disse Parreira ao UOL Esporte. "Não dá para comparar, uma vitória na Olimpíada não vai apagar a derrota na Copa do Mundo do Brasil".

O técnico do tetra em 1994 se mostrou bastante confiante em uma vitória sobre os alemães. "Demorou para chegar essa medalha. Ela virá no melhor momento, em casa, no Rio de Janeiro. Está um espetáculo a Olimpíada, sempre que vejo pela televisão, fico emocionado. Temos tudo para ganhar", declarou Parreira.

Já Paixão, que está sem clube após ter trabalhado com Paulo Roberto Falcão no Sport, acha que o Maracanã pode ajudar a seleção.

"Eu não considero revanche de forma alguma. Agora é tudo diferente, o clima é diferente, o local é outro. O Maracanã tem um outro astral. Nada contra o Mineirão, mas o Maracanã é o maior palco do mundo", afirmou.

"Mesmo se ganhar, as coisas que estão erradas no futebol do Brasil vão continuar. Não vão ser uma vitória e uma conquista de uma medalha de ouro que vão mudar tudo. O Micale [técnico] está até há um bom tempo, mas o time é novo, não está há tanto tempo com ele. Então não vale considerar como um jogo de revanche. Só será revanche em Copa do Mundo", concluiu, concordando com Parreira.

Brasil e Alemanha se enfrentam pelo ouro olímpico do futebol masculino a partir das 17h30 (de Brasília) deste sábado.

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