Pokemon Go e Temer geram risos e saia-justa em apresentação de Tóquio-2020
Questões envolvendo o popular jogo Pokemon Go e o presidente Michel Temer foram responsáveis por, respectivamente, o momento mais descontraído e o mais constrangedor da entrevista coletiva da organização da Olimpíada de Tóquio-2020 que aconteceu nesta manhã.
A participação, ou não, dos personagens do jogo Pokemon Go na cerimônia de encerramento nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, foi questionada, provocando risos entre jornalistas e nas autoridades japonesas que ocupavam a bancada.
“Não posso revelar qualquer coisa sobre a cerimônia de encerramento”, respondeu, sorrindo, o CEO de Tóquio-2020, Toshiro Muto, que preferiu manter o suspense. “Você terá que esperar, e assistir a cerimônia para descobrir isso.”
No momento mais constrangedor, que fez os integrantes da mesa se entreolharem, questionou-se se a já anunciada ausência do presidente em exercício Michel Temer na cerimônia de encerramento cria algum tipo de mal estar.
“Esse é um assunto de política interna do Brasil. Não sei se estou na melhor posição para responder”, afirmou, de forma seca, a prefeita de Tóquio, Yuriko Koike, para logo em seguida encerrar o assunto. “Minha expectativa é de que a cerimônia de encerramento amanhã seja fantástica.”
Além do Pokemon Go e Temer, as autoridades foram questionadas sobre assentos vazios na Rio-2016, feminismo e falaram sobre Tóquio-2020 ser um “agradecimento” à ajuda global que ajudou o Japão a se recuperar do tsunami e terremoto que assolaram o país há poucos anos.
Muto afirmou que Tóquio-2020 estudará formas para que os assentos vazios vistos nas arenas da Rio-2016 não se repitam em Tóquio.
“Percebi que havia muitos assentos não ocupados. Esse ponto afeta Tóquio-2020, tentaremos entender esse assunto para fazer os ingressos chegarem às mãos dos japoneses e interessados ao redor do mundo em assistir os Jogos no Japão. Como criar entusiasmo e interesse para o público querer ir para as arenas?”, afirmou Muto. “Como todos sabem, fomos atingidos por um tsunami e um terremoto, e a ajuda veio de muitas partes. A olimpíada será uma forma de agradecer.”
Um outro assunto que afetou diretamente a Rio-2016, a imposição de horários pela TV norte-americana, também foi abordado. O presidente do Comitê Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda, foi questionado se as finais olímpicas serão marcadas para o quente período da manhã por conta da diferença de fuso horário em relação aos EUA.
“Fui diretor de esportes dos Jogos de Nagano e esse foi um ponto sensível. Nossos Jogos vão ocorrer no meio do verão, acho que os atletas tem que vir em primeiro lugar”, reconheceu Takeda. “Quanto ao fuso, isso terá que ser negociado no futuro, mas temos que ser justos com os atletas, para que não prejudica-los. Mas espero que conceito atletas em primeiro lugar seja respeitado.”
Perguntas sobre o feminismo também marcaram presença.
“As mulheres atletas estão liderando performances maravilhosas na Rio-2016. Mas no Japão, as congressistas ainda são em pequeno número. Eu fui a primeira prefeita mulher”, explicou Yuriko. “Hillary [Clinton] fala de teto de vidro, mas no Japão, acho que temos um teto de aço para as mulheres políticas. É um desafio, mas queremos ser um exemplo para as mulheres japonesas.”