Canoagem

Morlan cobra projeto e diz querer ficar; COB promete esforço para mantê-lo

Juca Varella/Folhapress
Jesus Morlan, técnico da seleção brasileira de canoagem, posa ao lado de Isaquias Queiroz, Ronilson Oliveira e Erlon Silva imagem: Juca Varella/Folhapress

Bruno Doro

Do UOL, no Rio de Janeiro

Técnico da seleção brasileira de canoagem e grande responsável pela evolução em progressão geométrica de Isaquias Queiroz, que aos 22 anos conquistou três medalhas na Rio-2016, Jesus Morlan disse que tem “toda a vontade do mundo” em permanecer no comando da equipe. Mas colocou uma condição: projeto de longo prazo.

"Eu não falo em ficar ou não. Falo em projeto. Se tiver um projeto de quatro anos, que é como trabalhamos, podemos conversar. Eu tenho toda a vontade do mundo de continuar", afirmou à reportagem neste sábado (20).

"Eu não gosto de trabalhar sem planos. Quero saber exatamente o que vou fazer a cada ano. Não chegar ao final do ano e pensar: ‘E ai, o que vamos fazer?’. Assim não seria possível. Eu acabei meu trabalho aqui nas Olimpíadas há sete horas e ainda não conversei com ninguém sobre isso. Eu já tenho um rascunho sobre o que penso em fazer. Agora é sentar e ver se os meus chefes querem", explicou o técnico espanhol.

O gerente geral de performance esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Jorge Bichara, exaltou o trabalho de Jesus Morlan e afirmou que fará todo esforço necessário para a permanência do técnico espanhol à frente da canoagem brasileira.

"Todo esforço vai ser feito para ele continuar aqui. A gente vai iniciar essa conversa agora. Ele desenvolveu o grupo, acho que as conquistas que estamos vendo aqui foram resultados diretos dos esforços dele com o time", disse Bichara.

"O Nivalter, um atleta que tinha potencial para ser medalhista olímpico, virou assistente técnico do Jesus. O Ronílson, que sempre fez dupla com o Erlon, estava aqui treinando com o Erlon enquanto o Isaquias competia. Então ele criou todo um ambiente que é preciso ser mantido. Vamos fazer todo o esforço para mantê-lo", explicou o dirigente do COB.

Jesus Morlan foi contratado pelo Comitê em março de 2013 para moldar uma geração talentosa de canoístas brasileiros. Logo na primeira competição sob comando do espanhol, três meses depois, o Brasil levou dois ouros e duas pratas no Mundial da Polônia, com destaque para Isaquias Queiroz, Erlon Souza e Ronilson Oliveira.

Pouco mais de três anos depois da chegada de Morlán, o Brasil não só ganhou sua primeira medalha olímpica na canoagem de velocidade, como o baiano Isaquias Queiroz tornou-se o primeiro brasileiro a subir três vezes ao pódio numa mesma edição dos Jogos: duas pratas e bronze na Rio-2016. A última delas, na manhã sábado, conquistou ao lado do parceiro Erlon, 25 anos, na canoagem de dupla de 1000 m. 

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