Natação

Atualizada em 20.08.2016 22h25

Família teve que juntar dinheiro e pagar multa imposta a nadador americano

Harry How/Getty Images
James Feigen, durante as eliminatórias dos 100m livre imagem: Harry How/Getty Images

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

Após ter problemas com a Polícia Civil do Rio, o nadador americano e medalhista olímpico James Feigen teve que recorrer à família para pagar uma multa de R$ 35 mil --definida pelo Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos-- e poder retornar aos Estados Unidos, na sexta-feira (19). O advogado dele, Breno Melaragno, afirmou que o atleta é recém-formado e que ele se sustentaria com uma bolsa paga pela federação americana de natação. O valor do auxílio não foi revelado.

"Foi uma quantia considerável para ele e para a família", afirmou a defesa.

Feigen e o também nadador Ryan Lochte estão no centro de uma investigação da Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista) sobre uma falsa história de assalto. No domingo (14), depois de uma festa, eles se envolveram em uma confusão em um posto de gasolina da Barra da Tijuca, na zona oeste carioca. Em depoimento, no entanto, a dupla criou uma narrativa fictícia, na qual eles teriam sido vítimas de homens armados.

A versão foi desconstruída pela polícia a partir de depoimentos e de imagens de uma câmera de segurança do posto. Lochte retornou para os Estados Unidos à revelia, um dia após mentir para a polícia, com a investigação em fase inicial. Já Feigen chegou a ficar sumido por um tempo, mas se apresentou à Deat na quinta-feira (18) e, em novo depoimento, confirmou a farsa. Ele só teve o seu passaporte devolvido após pagar a multa determinada pela Justiça.

Segundo Melaragno, Feigen estava "temeroso de permanecer no Brasil pelo sentimento de ódio das pessoas". Ele ficou ainda mais assustado quando soube que outros dois nadadores americanos, Gunnar Bentz e Jack Conger, que estavam juntos com Feigen e Lochte no dia do falso crime, foram hostilizados por populares na saída da Deat.

"Não é nada contra o Brasil, é mais pela segurança dele. A família teve que juntar dinheiro o mais rápido possível para que ele pudesse voltar para casa", afirmou o defensor.

A narrativa fantasiosa, de acordo com a polícia, foi articulada por Lochte. A farsa começou a ser desvendada depois que um taxista procurou a Deat para afirmar que, no domingo, havia transportado duas jovens que estavam na mesma festa. Em depoimento, o motorista disse ter escutado das passageiras o relato de que elas haviam "ficado" com os atletas.

A partir daí, os investigadores começaram a duvidar da versão apresentada pelos americanos. A hipótese mais factível, segundo o inquérito, é que Lochte tenha sugerido mentir, com conivência de Feigen, para salvar o relacionamento com a namorada.

"A investigação deve ser concluída em breve. Há indícios fortes de que pelo menos um deles tenha praticado uma conduta que se adequa ao crime de falsa comunicação. Mas indícios fortes não são um indiciamento formal. Falta concluir o inquérito. A polícia não pode dar passos em falso", considerou o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso.

 

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