Relatos das provas

EUA conquistam o hexa olímpico e completam 20 anos de invencibilidade

Eric Gay/AP
Time dos Estados Unidos celebra acerto em partida contra a Espanha, na decisão do basquete feminino nos Jogos Olímpicos imagem: Eric Gay/AP

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

A vitória da seleção feminina de basquete dos Estados Unidos por 101 a 72 sobre a Espanha, na tarde deste sábado (20), escreveu mais um capítulo na história da hegemonia das americanas na modalidade. Ainda serviu como celebração para os 20 anos de invencibilidade do time que atingiu a incrível marca de seis medalhas de ouro seguidas em Jogos Olímpicos. Desde Atlanta-1996, os Estados Unidos não amargam um revés - a última foi em Barcelona-1992.

Os Estados Unidos ultrapassaram a barreira dos 100 pontos pela sexta vez em oito jogos nestes Jogos, o melhor desempenho da seleção feminina na história olímpica. A naturalidade das americanas ao ganharem o ouro olímpico pode ser ilustrada com a comemoração das campeãs após o fim da partida: alguns abraços, palmas para a torcida, um grito de guerra e só. Reação bem distante da emoção que se vê normalmente entre os que faturam o ouro pela primeira vez.

As americanas estão a apenas uma medalha de ouro de igualar a marca do time masculino em Olimpíadas. Os homens foram heptacampeões olímpicos de Berlim-1936 até México-1968. Nenhuma outra seleção em esportes coletivos foi capaz de repetir tal façanha.

"Não se trata de uma pessoa ou de um treinador. É sobre como podemos tornar este o melhor time de basquete de todos os tempos", afirmou Diana Taurasi, uma das atletas campeãs neste sábado, após a vitória. 

Tal qual ocorrera em edições anteriores, a glória veio sem grandes surpresas. O triunfo contra as espanholas, na Arena Carioca 1 já estava consolidado desde o final do segundo período. Pesaram a diversidade de recursos técnicos à disposição de Geno Auriemma, técnico dos Estados Unidos, e a forte estrutura física das atletas, todas com atuação destacada na WNBA, a versão feminina da liga norte-americana de basquete, a mais forte do mundo. 

SHANNON STAPLETON/REUTERS
imagem: SHANNON STAPLETON/REUTERS

Whalen: o "cérebro" dos EUA

Fora dos padrões físicos de sua equipe, a "baixinha" Lindsay Whalen, de 1,75m, pode até passar a impressão de se deslocar sem tanta rapidez pela quadra, mas foi ela a responsável por organizar boa parte das jogadas dos Estados Unidos da defesa para o ataque. "Cérebro" da equipe norte-americana, a armadora marcou 17 pontos e comandou a vitória das favoritas.

Entre as espanholas, o destaque foi Torrens, que terminou como cestinha ao anotar 18 pontos. 

Espanha oferece resistência

O primeiro período começou nervoso. Os Estados Unidos não encontraram a facilidade que tiveram quando cruzaram com as espanholas pela primeira vez no Rio-2016, ainda na primeira fase, quando aplicaram um sonoro 103 a 63. Na defesa, as espanholas apertaram na marcação e cometeram 10 faltas. No ataque, concentraram as ações ofensivas em Alba Torrens, responsável por 10 dos 17 pontos europeus nos 10 minutos iniciais.

Com mais recursos técnicos, o técnico dos Estados Unidos, Geno Auriemma, promoveu um revezamento de pontuadoras. Nove jogadoras pontuaram na etapa inicial, o que dificultou ainda mais a vida das espanholas.

ANDREJ ISAKOVIC/AFP
imagem: ANDREJ ISAKOVIC/AFP

Estados Unidos dominam com os chutes de três

Na parcial seguinte, as americanas utilizaram outra tática ofensiva: os tiros de três pontos. Com Sue Bird, Maya Moore e Diana Taurasi, converteram quatro dos sete arremessos de longa distância e conseguiram abrir vantagem no placar de uma vez por todas. Maya Moore infernizou as espanholas e anotou nove pontos – um terço do que os Estados Unidos marcaram no segundo período. O domínio das atuais campeãs também foi amplo dentro do garrafão: apanharam 13 rebotes. E as duas equipes foram para o terceiro quarto com a vitória americana já consolidada: 43 a 32.

Favoritas administram vantagem confortável

No terceiro período, Auriemma aproveitou para rodar o time. Lançou à quadra as jogadoras que estavam no banco. O domínio nos rebotes continuou, a Espanha não reuniu forças para reagir e a vantagem só aumentou. A última etapa foi apenas para cumprir tabela, uma vez que seria impossível tirar a vantagem de 30 pontos imposta pelas americanas.

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