! Como o Brasil mudou o clima para sair da forca e chegar à final olímpica - 20/08/2016 - UOL Olimpíadas

Vôlei

Como o Brasil mudou o clima para sair da forca e chegar à final olímpica

Leandro Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

Quando a Itália garantiu a vitória por 3 a 1 contra o Brasil, com um set vencido por 25-15, o clima no ginásio Maracanãzinho era de velório. A seleção precisava vencer a França, de N'Gapeth, para seguir viver nos Jogos Olímpicos e evitar o pior resultado de sua história na competição. Mas, dois dias depois, as coisas começaram a mudar. Agora, uma semana passada, o cenário é totalmente diferente.

A seleção brasileira joga mais leve dentro de quadra. O excesso de pressão, citada por Bruninho depois daquela derrota, não existe mais e os jogadores se sentem, finalmente, em casa no Maracanãzinho. O resultado disso foi um crescimento na competição e a chegada a mais uma decisão de Jogos Olímpicos.

A mudança começou no dia seguinte daquela derrota. Foram duas reuniões entre o grupo de atletas. Uma comandada por Bernardinho e a outra com Bruninho, capitão, e Serginho, mais experiente, falando. Entre os assuntos abordados, eles falaram sobre a pressão que eles estavam levando para dentro de quadra de uma forma exagerada.

Além disso, os jogadores passaram por uma sessão de filme. Eles assistiram Um Domingo Qualquer, longa que tem em seu elenco nomes como Al Pacino e Cameron Diaz e que retrata a história de um time de futebol americano em crise, precisando se reerguer em meio a conflitos internos e pressão da imprensa.

A terceira mudança foi na escalação do time. Lipe assumiu o posto de titular no time e Maurício Borges foi para o banco de reserva. Em quadra, além de ter um saque mais perigoso para os rivais, o ponteiro ainda serve como uma espécie de “animador de torcida”, levantando o astral do grupo e os deixando mais pilhados em quadra.

Segundo avaliação de Bernardinho, Lipe tem uma característica de vibração e joga assim sempre, com ou sem torcida. Essa qualidade é diferente de demais jogadores de seu grupo, que são mais contidos.

Serginho também tem tido um papel importante dentro de quadra. O líbero, que sempre é o mais festejado no ginásio, tem puxado mais a torcida do que fazia no começo da competição. A cada bela jogada feita pelo time, ele consegue fazer o Maracanãzinho gritar muito.

A quinta mudança que explica a reação do time é por parte de Bernardinho. O treinador tem sido mais contido na hora da cobrança em seus jogadores. Ele tem preferido motivar o grupo exaltando os atletas e não com reclamações.

Essas mudanças fizeram com que o Brasil mostrasse um grupo mais unido dentro de quadra e conseguisse chegar a sua quarta final olímpica depois de quase cair na primeira fase. Resta agora confirmar esse ressurgimento na competição na decisão contra a Itália, no próximo domingo.

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