Bolt tem aproveitamento melhor do que Phelps em Olimpíada; veja a conta

Contemporâneos em Olimpíadas, o corredor Usain Bolt e o nadador Michel Phelps geram uma eterna discussão sobre quem é o maior atleta da história dos Jogos pelos seus feitos nas pistas e nas piscinas. Agora, que ambos se aposentam, o debate será na história e certamente ficará sem conclusão com defensores dos dois lados. Mas, se é impossível estabelecer um vencedor, é viável comparar seus números.

Sempre que entram as medalhas no debate o norte-americano se impõe. Afinal, como competir com um cartel de 23 medalhas de ouros, e outros cinco pódios? 

A questão é que Bolt disputou bem menos provas do que Phelps pela natureza do atletismo. E, diante disso, pode-se fazer uma comparação por aproveitamento em provas disputadas.

O jamaicano encerra sua carreira olímpica com dez competições, sendo sete individuais e três por equipes, disputadas de Atenas-2004 a Rio-2016. Ganhou nove ouros. Ou seja, conseguiu 90% dos títulos que disputou.

Já o norte-americano participou de 29 disputas na vida olímpica, entre as Olimpíadas de 2000 e 2016. Ganhou ouros em 23 delas. Em cinco delas ficou com prata ou bronze. E em uma não chegou ao pódio, justamente na sua estreia em Sydney-2000. Seu aproveitamento é de 79,31% de títulos olímpicos por prova disputada.

Se considerado as medalhas, Phelps passa à frente. Ele garantiu o pódio em 96,6% das provas que disputou, enquanto Bolt fica nos 90%.

Há coincidências nas carreiras dos dois. Ambos disputaram uma Olimpíada onde saíram sem premiação quando eram muito jovens. Bolt tinha 17 anos quando foi eliminado na eliminatória dos 200 m rasos em Atenas, e Phelps, 15 anos, quando ficou em 5º nos 200 m borboleta em 2000.

Durante suas carreiras, foram imbatíveis a maior parte do tempo, mas tiveram suas decepções. No caso de Bolt, é o Mundial de Daegu, em 2011, quando queimou a largada da final dos 100 m. Phelps sentiu a derrota em Londres-2012 quando perdeu a medalha nos 200 m borboleta na batida final.

Na vida pessoal, não podiam ser mais diferentes. Bolt é um eterno solteiro que curte a vida, enquanto Phelps agora casou e cuida de um filho - já teve seu tempo de curtição também. Mas o norte-americano já passou por momentos ruins pessoais quando foi detido por dirigir embriagado por duas vezes. A vida do jamaicano é menos exposta.

Outro ponto em comum é que ambos ameaçaram abandonar suas carreiras ao final de Londres-2012. Não disputariam os Jogos do Rio-2016. Mudaram de ideia e prolongaram a trajetória de triunfos mais um pouco.

Agora, encerram de fato seus caminhos na Olimpíada já como trintões. O norte-americano tem 31, e o jamaicano completa 30 anos agora neste domingo. Em suas vidas, passaram a maior parte do tempo fazendo sacrifícios para estar no topo em suas modalidades. Agora, terão de descobrir o que fazer com seu tempo. Assim como a Olimpíada terá de descobrir o que fazer sem eles.