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Natália assume papel de líder na reconstrução da seleção para 2020

Adidas/divulgação
Natália deve ser referência na seleção na construção do time para o ciclo para Tóquio-2020 imagem: Adidas/divulgação

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

A ponteira Natália talvez tenha sido a principal jogadora da seleção feminina de vôlei nos Jogos do Rio de Janeiro. No entanto, com a queda precoce do time nas quartas de final, o desempenho individual perde relevância. Decepção à parte, a jogadora de 27 anos agora deverá encarar um dos momentos de maior responsabilidade desde que chegou à equipe nacional: ser a referência na construção do grupo para o ciclo olímpico de Tóquio-2020.

Com anunciada a saída de cena de jogadoras experientes como Sheila e Fabiana, Natália tende a ser um dos pilares para a próxima Olimpíada. Novata até outro dia, a ponteira agora se prepara para receber estreantes na seleção. 
 
"Estou preparada. Venho me preparando para sempre dar meu melhor dentro de quadra, para ajudar as meninas que estão no meu lado. Essa foi minha segunda Olimpíada, tenho dois Mundiais também, já tenho alguns anos de seleção nas costas. Joguei muito tempo com a (líbero) Fabizinha, que é uma líder, com a Fabizona, com a Sheila. As meninas me ensinaram muita coisa, que vou tentar levar para o próximo ciclo, ajudar as meninas que vão chegar", disse Natália, em entrevista ao UOL Esporte.
 
"Tem a Dani Lins, que com certeza vai estar do meu lado. Tem a Gabizinha também, que está com a gente desde 2012, já completou um ciclo completo. O importante é que todas se ajudem neste momento. Vai ser um ciclo de muito aprendizado de coisas novas", acrescentou a ponteira da seleção. 
 
Depois de uma campanha perfeita na primeira fase, sem ceder sets a adversárias, o Brasil caiu na Olimpíada com derrota para a China por 3 a 2, na última terça-feira, no Maracanãzinho. Ironicamente, o roteiro repete o que aconteceu com a seleção durante a campanha do bicampeonato olímpico, há quatro anos, em Londres – só que às avessas.
 
"A gente sabia. Falavam para a gente: 'vocês ganharam tudo de 3 a 0, está fácil pra vocês'. Em nenhum momento a gente viu desse jeito. A partir do momento que acaba a fase classificatória de qualquer campeonato, tudo pode acontecer. O campeonato zera. A gente viveu isso em Londres em 2012, a mesma situação da China agora. A gente ficou em 4º lugar, classificando nos últimos suspiros. Pegamos a Rússia, que veio em primeiro da outra chave, e ganhamos delas de 3 a 2. Desta vez a sorte ficou do lado da China. O esporte é isso, é feito de surpresas", comentou.
 
"A partir do momento em que a China começou a jogar bem, começou a rodar a bola, ficou difícil. Elas têm grandes atacantes, tem a Ting Zhu, uma das melhores do mundo atualmente. Ela fez quase 30 pontos na partida. A gente não teve braço para conseguir segurá-las", emendou.
 
Para Natália, a missão de repetir em casa o ouro das duas Olimpíadas anteriores não foi fator determinante na derrota nas quartas de final:
 
"A pressão de jogar dentro do próprio país, a gente sabia que teria. A pressão nossa mesmo, particular, de querer trazer essa alegria ao povo, que é apaixonado por vôlei. Mas vi como um ponto positivo. A torcida estava do nosso lado o tempo inteiro. Se a torcida não estivesse do nosso lado, acho que não conseguiríamos nem ir ao tie-break, porque o 4º set foi muito difícil", afirmou a brasileira, em referência à derrota para as chinesas.

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