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MP recorre e quer multa de R$ 150 mil a nadador americano por falsa queixa

Dominic Ebenbichler/Reuters
Cartaz do filme "O Mentiroso" ironiza Ryan Lochte no Engenhão imagem: Dominic Ebenbichler/Reuters

Do UOL, no Rio de Janeiro

O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) anunciou nesta sexta-feira (19) que vai recorrer da fixação de multa aplicada ao nadador americano James Feigen, envolvido no caso do falso assalto durante a Rio-2016. Para o MP, a multa de R$ 35 mil não é proporcionar às condições financeiras de Feigen. Por isso, quer que o nadador pague R$ 150 mil por falsa comunicação de crime.

A multa de R$ 35 mil foi fixada pelo Juizado do Torcedor e Grandes Eventos. O MP disse que não concordou com esse valor por entender que ele é insuficiente diante da gravidade e repercussão negativa do fato. Ainda segundo o MP, as negociações em torno da transação penal ainda não haviam sido concluídas quando o valor foi estipulado pela Justiça.

Em comunicado divulgado na sexta, o MP lembrou que, nas hipóteses de discordância entre juiz e promotor de multas, a solução é enviar o processo ao procurador-geral de Justiça. Isso não aconteceu, diz o órgão.

Por conta disso, o MP resolveu recorrer ao Tribunal de Justiça do Rio requerendo que a palavra final a multa seja do procurador-geral de Justiça. Além do mandado de segurança, o MP vai interpor apelação da decisão do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos.

Entenda o caso

Na madrugada do último domingo (14), Ryan Lochte, Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen alegaram terem sido vítimas de um roubo em uma falsa blitz policial.

A polícia brasileira começou a desconfiar da história depois de perceber diferença nos depoimentos dos nadadores. Na versão de Lochte, eles estavam voltando para a Vila Olímpica após passarem a noite em uma festa na casa de hospitalidade do time olímpico da França. Neste momento, o táxi teria sido parado por apenas um assaltante, se passando por policial, que teria lhe apontado a arma na cabeça. Lochte disse que teve 400 dólares roubados. Já Feigen contou à polícia que eles foram abordados por alguns elementos, sem saber quantos, e que apenas um deles portava arma de fogo.

A polícia, então, não queria que os americanos deixassem o país até que o caso fosse resolvido, pois gostariam que o caso fosse melhor explicado no intuito de prender os eventuais autores do crime.

Após indícios de que os nadadores poderiam ter mentido em seu depoimento, o que já se trata de comunicação falsa de crime, com pena prevista de um a seis meses de detenção e multa, a polícia evitou as saídade de Bentz e Conger do país - tiveram seus passaportes apreendidos -, mas Lotche já havia voltado aos Estados Unidos.
 

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