Atletismo

Decisão de deixar equipe dos EUA repetir prova dos 4x100 enfurece chineses

Gonzalo Fuentes/Reuters
Revezamento feminino 4x100 m dos Estados Unidos corre sozinho no Engenhão imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Da EFE

Em Pequim

A equipe de atletismo da China, afastada da final do 4x100 feminino nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro depois que a organização permitiu que os Estados Unidos repetisse sua corrida em uma decisão inédita, classificou a situação como uma "grande injustiça" e acusou as americanas de "culparem os rivais por seus erros".

"É grande injustiça deixar os EUA correrem sozinhos, sem concorrentes, nem desconforto, muito diferente do que competiu as outras equipes", afirmaram membros da equipe chinesa, à agência oficial "Xinhua", após a eliminação do quarteto no Rio de Janeiro.

As chinesas tinham conseguido o oitavo melhor tempo (42s70) nas fases de classificação, resultado que deu a equipe um lugar na final da prova. Mas as americanas, que não tinham terminado sua corrida, deixando cair o bastão, acusaram de terem sido atrapalhadas pelo quarteto do Brasil.

Diante desse protesto, os juízes tomaram a inédita decisão de permitir que as americanas, campeãs olímpicas em Londres 2012 (Tianna Bartoletta, Allyson Felix, English Gardner e Morolake Akinosun) voltassem a repetir a prova, sem concorrentes na pista do Engenhão.

As chinesas (Yuan Qiqi, Wei Yongli, Ge Manqi e Liang Xiaojing) suspeitavam que essa repetição ia representar a eliminação da final - já que elas não acreditavam que a organização não autorizaria uma final com nove participantes -, após terem "boicotado" a corrida das americanas se retirando para os vestiários.

O quarteto dos EUA terminou sua segunda corrida em 41s77, o melhor tempo das séries, e em consequência as chinesas ficaram sem contagem no final (para acrescentar mais drama, entre as orientais e os canadenses, oitavo melhor tempo no final, só houve seis milésimos de diferença).

Na primeira corrida "as americanas deixaram o bastão cair no chão por sua culpa, não inteiramente por conta da obstrução do Brasil", afirmaram alguns membros da equipe chinesa, enquanto uma das atletas, Liang Xiaojing, despejava sua fúria através de seu microblog.

"Se você nos joga para fora das finais, onde o esporte é limpo?", questionou Liang no Weibo, a versão chinesa do Twitter.

Além disso, os chineses lembraram que no Mundial de Daegu 2011 uma obstrução do cubano Dayron Robles na grande estrela do país asiático, Liu Xiang, impedindo ele de ganhar o ouro na final de 110m com barreiras, e a organização do evento não optou por deixar o atleta chinês correr novamente.

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