Vela

Vela brasileira pode colocar terceiro membro da mesma família no pódio

Bruno Ryfer/Omega
Kahena Kunze e Martine Grael, velejadoras brasileiras, posam para foto imagem: Bruno Ryfer/Omega

Bruno Doro

Do UOL, no Rio de Janeiro

A vela do Brasil vive das conquistas em família. E ninguém ilustra isso melhor do que Martine Grael, que, ao lado de Kahena Kunze disputa nesta quinta-feira, às 15h20, a medal race da classe 49erFX com chances de conquistar a medalha de ouro.

A velejadora é a mais nova representante de uma dinastia que já deu muito para a vela brasileira. Os primeiros campeões foram seus tios-avôs, os gêmeos Erik e Axel Schmidt. Juntos, foram os primeiros velejadores nascidos por aqui a conquistar um título mundial. Um não, três. Eles são tricampeões mundiais da classe Snipe, em 1961, 1963 e 1965.

A segunda geração é formada pelo pai de Martine, Torben, e pelo tio, Lars. O primeiro divide com Robert Scheidt o posto de maior atleta olímpico brasileiro. Os dois são donos de cinco medalhas olímpicas, duas delas de ouro. Lars não fica muito atrás, com duas medalhas de bronze.

O gosto pela vela também está no sangue de Kahena: seu pai, Claudio Kunze, foi campeão mundial da classe Pinguim nos anos 70. Martine não gosta muito da comparação com quem veio antes. Para ela, o melhor é falar sobre a dupla com a amiga dos tempos de adolescência.

Ela e Kahena se conheceram em campeonatos. Eram rivais. Viraram amigas. A primeira parceria foi em 2009, com direito ao título mundial júnior da classe 420. A dupla se separou quando Martine se uniu a Isabel Swan, medalhista de bronze em Pequim-2008, em campanha olímpica na classe 470. Elas não conquistaram a vaga.

Quando a Isaf (Federação Internacional de Vela) mudou o programa olímpico e introduziu um barco novo, o 49erFX, Martine resolveu apostar. Chamou a antiga parceira e, rapidamente, as brasileiras passaram a dominar a classe. Em três anos, conquistaram 15 títulos e subiram ao pódio em 25 dos 33 torneios que participaram. Foram campeãs mundiais em 2014 e eleitas as melhores do mundo na temporada.

No Rio, estiveram sempre entre as líderes e chegam ao último dia empatadas na liderança com as espanholas Tamara Dominguez e Berta Moro e com as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Salskov-Iversen, com 46 pontos. As neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech têm 47 pontos e, como a pontuação da medal race é dobrada, estão em um empate virtual com as atletas da ponta. Quem chegar na frente entre essas quatro duplas leva o título olímpico.

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