Vôlei

Jaque revela desejo de seguir na seleção: "quero aproveitar enquanto puder"

M. FERNANDES/ESTADAO/NOPP
Jaqueline chora após a eliminação do Brasil nas quartas de final do vôlei imagem: M. FERNANDES/ESTADAO/NOPP

Leandro Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

A ponteira-passadora Jaqueline não deverá seguir o mesmo caminho de Fabiana e Sheilla, companheiras de seleção brasileira de vôlei: nesta quinta-feira (18), a pernambucana revelou, em entrevista ao UOL Esporte, o desejo seguir defendendo as cores do país “enquanto puder”.

“Não sei se vou parar amanhã, se vou parar daqui dois anos...”, disse ela, incerta a princípio. “O que eu quero é aproveitar, isso é muito bacana, quero aproveitar enquanto puder. Quando eu entender que não tenho mais condição, direi que chegou minha hora. Agora estou bem”, acrescentou.

Fabiana, de 31 anos, e Sheilla, 33, anunciaram aposentadoria da seleção logo depois da eliminação na Rio-2016, em derrota para a China, nas quartas de final. Jaque, aos 32, entende que o momento “é difícil”, mas indica que absorverá os ensinamentos do revés e seguirá com a “amarelinha”.

A intenção de Jaqueline é de representar o Brasil pelo menos até 2018, ano em que terá disputa de Mundial - único título que lhe falta pelo país. A atleta tem no currículo duas medalhas de ouro olímpicas, de Pequim-2008 e Londres-2012. 

“Estou mais tranquila. A gente põe cabeça no travesseiro, fica pensando no que aconteceu, em como poderia ter ajudado mais. Nunca tinha vivido um momento como esse. Nem só de vitórias vive um campeão. Foi muito duro, mas é um aprendizado para levar para a vida inteira e que vou poder contar mais adiante, quando coisas boas acontecerem”, considerou.

O primeiro desejo de Jaque, antes de pensar no futuro, é voltar a São Paulo para reencontrar a família: dar um abraço na mãe, no filho de dois anos e no marido Murilo, também jogador de vôlei e que ficou de fora da Olimpíada. “Não tem conforto maior do que esse”, confessa.

“Sei o quanto Murilo sofreu. Não estou levando o que prometi [uma medalha olímpica], mas levo dignidade e comprometimento. Não faltou esforço, tenho certeza que ele reconhece isso”, disse.

Além da sequência na seleção brasileira, Jaqueline, sem clube desde que o Sesi-SP decidiu frear investimentos no seu time feminino, precisa encontrar um time para defender na próxima temporada. Propostas, ela conta, não faltam – de dentro e de fora do país. “Mas hoje vivo para a minha família, quero estar no lugar em que eles estejam bem, com meu filho e meu marido. Não queria falar sobre isso nesse período, estava concentrada. Agora é que vou pensar no que vai acontecer comigo”.   

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