Não foi pela felicidade de ter conquistado o bronze que o brasileiro Isaquias Queiroz, 22, bateu o remo com força na água depois da prova C1-200m, na manhã desta quinta-feira (18), no Rio de Janeiro. Àquela altura, o canoísta achou que havia perdido o pódio. Depois do alívio de perceber que tinha conseguido a medalha, porém, o atleta admitiu outra frustração: para ele, era possível obter o ouro.
“Saí bem em questão de a remada não perder muito tempo, mas acabei dando uma remada em falso logo depois. O barco patinou muito, e eu vi os caras abrindo meio barco ou quase um barco na frente. Isso já tinha acontecido na Itália, no ano passado, e lá eu também acabei recuperando. Se eu não tivesse errado muito, acho que podia ter ficado com o ouro hoje [quinta-feira]”, contou Isaquias.
A Itália citada pelo atleta é uma referência ao Mundial de canoagem do ano passado, disputado em Milão. Naquela competição, depois de um mau início de prova, o brasileiro se recuperou e conseguiu ficar com o bronze no C1-200m.
Na Rio-2016, Isaquias chegou a imaginar que não conseguiria repetir esse feito. O brasileiro fez uma prova de recuperação nesta quinta-feira, acelerou nos metros finais e jogou o barco para garantir que ultrapassaria os rivais. Terminou a corrida com o corpo totalmente desequilibrado e achou que isso não havia sido suficiente.
Foi isso que fez Isaquias bater o remo com força na água: “Foi de raiva porque eu achei que não tinha ganho a medalha. Aí quando saiu no telão eu fiquei feliz. Uma medalha de bronze é muito importante no currículo do atleta. Principalmente por fazer história no Brasil”.
A medalha foi a segunda de Isaquias na Rio-2016 – ele é apenas o quinto brasileiro na história a acumular dois pódios em uma edição de Olimpíadas -, já que o atleta havia conquistado a medalha de prata na categoria C1-1000m. O canoísta ainda tem uma chance de ser o primeiro representante nacional a coletar três láureas em uma temporada de Jogos. Para isso, terá de terminar entre os três primeiros na prova C2-1000m, competindo ao lado de Erlon Souza a partir de sexta-feira. A final será no sábado.
"A minha luta não acaba, quero as três medalhas. Estou aqui para isso e quero mais", completou em entrevista ao Sportv.