Olimpíadas 2016

Clima olímpico nas praias do Rio: comerciantes travam "duelo da caipirinha"

Hanrrikson de Andrade/UOL
A californiana René Marcellus disse ser fã da caipirinha brasileira imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

Quiosques e bares das praias do Rio de Janeiro criaram versões gourmet da caipirinha, o popular drink brasileiro, para tentar surfar na onda do turismo olímpico. Segundo comerciantes, desde o início dos Jogos Olímpicos, em 5 de agosto, as vendas mais do que dobraram.

Nos quiosques da orla de Copacabana e do Leme, na zona sul, os destaques são as variações da bebida com frutas regionais --cajá, manga, cupuaçu, carambola, caju, sapoti e graviola. Os drinks tradicionais, com limão ou maracujá, também são muito procurados.

Mas há formatos que fogem do lugar-comum. Os novos cardápios incluem, por exemplo, a mescla de cachaça tradicional, açúcar, gelo e ingredientes exóticos, tais como café e chá-mate.

Estrangeiros ouvidos pelo UOL Esporte aprovaram a iniciativa. "Caipirinha é o que há e eu amo este sabor. A cachaça é realmente deliciosa", afirmou o norte-americano Michael Allen. "Não existe outra cidade ou outro país do mundo onde você encontre uma caipirinha tão saborosa como aqui. É uma bebida original do Brasil. Não existe bebida melhor do que essa."

A norte-americana René Marcellus, que veio ao Rio para acompanhar a Olimpíada, afirmou que a caipirinha servida no lugar onde vive, na Califórnia, é pior do que a brasileira. "Eles [americano] tentam, mas é diferente. A brasileira é muito melhor. Os americanos precisam vir para o Rio e beber caipirinhas aqui.

Delicious! Turistas estrangeiros se declaram para a caipirinha

Como uma determinada marca detém exclusividade no fornecimento de cachaça para os quiosques da zona sul, empresas concorrentes levaram ideias semelhantes a outras regiões da cidade. Na praia da Macumba, na zona oeste carioca, um bar criou três versões especiais de caipirinha. A paulista Paula Bejar experimentou uma mistura de maracujá com pimenta tabasco:

"Achei bem interessante a mistura do tabasco na caipirinha. Nunca tinha experimentado, mas achei bem equilibrado. Não está super doce. Tem vezes que a gente toma aquela caipirinha cheia de açúcar. Eles querem nos conquistar pelo doce. Mas essa eu achei muito gostosa e equilibrada."

A paulista Nathália Melo elogiou a caipirinha que mistura uva, lima e limão siciliano. "O gosto é suave. Não é tão forte quanto algumas que eu já tomei", disse ela. Já Maria Elisa Fernandes, também natural de São Paulo, disse ter se surpreendido com o sabor da caipirinha que mescla abacaxi e hortelã. "É ótima e muito refrescante", declarou.

Maria Elisa afirmou ainda que, em sua opinião, a caipirinha é um produto que não faz sucesso apenas com o público estrangeiro. "É impressionante como, aqui no Brasil, a gente consegue fazer esse produto com uma qualidade muito superior do que é vendido lá fora. Normalmente, eles fazem caipirinha com uma cachaça de qualidade muito ruim, apenas com limão. As combinações aqui estão maravilhosas."

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Bar na zona oeste carioca lançou três versões exóticas da caipirinha brasileira imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Caipirinha é coisa séria

Na zona sul, por conta das novas combinações no cardápio de caipirinhas, os funcionários dos quiosques foram submetidos a um treinamento específico para saber como preparar e servir a bebida. No total, 250 trabalhadores passaram por um curso com duração de dois dias.

Além disso, os instrutores responsáveis pelo treinamento fazem parte de uma força-tarefa para "fiscalizar" a qualidade da caipirinha nos quiosques da orla de Copacabana e do Leme.

Até o encerramento dos Jogos Olímpicos, os instrutores se dividem em equipes para percorrer todo o calçadão e dar assistência aos comerciantes.

De acordo com a Orla Rio, gestora do local, são vendidas 1.500 caipirinhas por hora desde o dia 5 de agosto. No total, o período dos Jogos Olímpicos já contabiliza 200 mil drinks vendidos em toda a orla.

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