Bolt tenta rejuvenescer e bater seu recorde de sete anos atrás
Com se não bastasse sua meta de três ouros em provas de velocidade, o jamaicano Usain Bolt se propôs a tentar bater o seu recorde dos 200 metros na final olímpica, nesta noite de quinta-feira (18), no Engenhão. Não é uma tarefa fácil. Essa marca tem sete anos e foi estabelecida no Mundial de Berlim pelo próprio jamaicano quando tinha 22 anos.
A prova dos 200 m é a preferida de Bolt e aquela em que ele começou a se destacar no atletismo. Depois desta corrida, passou a se dedicar também aos 100 m e tornou-se dominante nos dois eventos. Sua melhor marca é de 19s19, obtida em 20 de agosto de 2009, isto é, completará sete anos nesta semana.
"Eu definitivamente acho que posso tentar o recorde mundial. Tenho que ser calmo para correr eficientemente, e correr a corrida perfeita", analisou Bolt após as semifinais. "Estou no caminho certo. Me sinto energético para correr"
Para se classificar, ele correu a prova classificatória em 19s78, mas estava nitidamente sobrando. Tanto que chegou a fazer piada com o concorrente canadense Andre de Grasse durante a prova. "Se ele quebrar o recorde, definitivamente, eu vou tentar ir com ele", brincou De Grasse.
O jamaicano explicou que a chave para tentar bater um tempo tão forte é a parte final da corrida. Explica-se: quando quebrou o recorde dos 200 m, Bolt correu os 100 m finais em impensáveis 9s27. Ou seja, foi 31 centésimos mais rápido do que seu recorde na prova de 100 m. Claro, isso se explica por ele já estar em aceleração no início da reta.
"Vou correr na raia 6. Correr o mais tranquilo que puder (na curva) e ter energia o suficiente para dar um show (na reta)", previu Bolt.
A distância do jamaicano para os concorrentes nos 200 m é muito maior do que a que tem nos 100 m. Para se ter uma ideia, apenas um dos finalistas Lashaw Merritt já correu abaixo dos 19s78 que Bolt marcou passeando na pista do Engenhão. Se não houver nenhum imprevisto, como contusão ou erro grave, o jamaicano correrá, de fato, contra si mesmo.