! Zanetti quer formar substitutos e diz que decidiu no pódio ir a Tóquio-2020 - 17/08/2016 - UOL Olimpíadas

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Zanetti quer formar substitutos e diz que decidiu no pódio ir a Tóquio-2020

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

Com duas medalhas olímpicas no currículo, Arthur Zanetti não se prende ao que já está feito. O medalhista de prata nas argolas nos Jogos do Rio planeja o futuro com facilidade. O ginasta afirma ter decidido encarar mais um ciclo olímpico, rumo a Tóquio em 2020. A certeza, segundo o atleta, veio em cima do pódio na última segunda-feira.

"Eu não me imaginava [em outro ciclo olímpico]. Na verdade, me imaginava, mas não tinha aquela certeza. Mas depois da medalha [de prata], quando eu estava no pódio, pensei: 'pô, eu quero estar em Tóquio'. Quero sentir esse gostinho de novo. Com certeza eu vou trabalhar para estar em Tóquio. Está longe, mas a gente sabe que chega rápido. Então vou trabalhar para defender mais uma vez a bandeira do nosso país", afirmou Zanetti em entrevista ao UOL Esporte.
 
Ouro em Londres há quatro anos, Zanetti conseguiu outro grande desempenho em uma disputa olímpica, mas não foi capaz de superar o grego Eleftherios Petrounias, em grande fase. Mesmo assim, o brasileiro deixa os Jogos do Rio exultante com o resultado. 
 
"São momentos diferentes, fases diferentes, cores diferentes. Posso dizer que a cor não é o mais importante, porque eu fiquei mais feliz com essa medalha ganha aqui em casa do que a de Londres. Pelo fato de ter todo mundo, ter a torcida brasileira. Para mim é bem gratificante", disse o atleta de 26 anos.
 
Mas o fim não será exatamente no Japão, na próxima edição da Olimpíada. Arthur Zanetti diz não se imaginar na função de técnico, mas está convicto de que pode cumprir um papel determinante na formação de novos valores para a ginástica artística brasileira.
 
"A gente se preocupa, a gente faz um trabalho de base, pelo menos lá em São Caetano [do Sul], para ter uma renovação, criar novos atletas. O objetivo, pelo menos o meu, é divulgar a ginástica pelo Brasil. Para que ela seja um esporte popular, como o vôlei e o futebol. A gente pretende fazer isso mesmo, que a cada esquina tenha um ginásio, com várias crianças fazendo. Se você tem uma quantidade, consegue tirar qualidade", declarou.
 
Namorada e churrasco são prioridades
 
Após meses de sacrifício em nome do preparo físico para a Olimpíada, Arthur Zanetti agora vai se permitir sair um pouco da linha. Principalmente quando o tema é alimentação. O medalhista de prata das argolas pretende compensar a dieta olímpica com churrasco e massa, tipos de comida de sua predileção. Tudo ao lado da namorada, Juliana Francesco, uma companhia que aceitou dividir a rotina de privações junto do amado.
 
"Nessa época de frio estava bem complicado. Todo mundo saindo para comer fondue, e a gente em casa, assistindo a filmes e tomando água", recorda, com bom-humor.
 
Após essa fase de relaxamento, o novo ciclo olímpico começará para Zanetti no Campeonato Mundial de 2017, no Canadá. Nesta nova etapa, ele terá pela frente os mesmos rivais com quem lutou pelo ouro na Rio-2016. Primeiro colocado na Olimpíada, Eleftherios Petrounias tem só um ano a menos que o brasileiro. Medalhista de bronze, o russo Denis Abliazin tem 23 anos, e o chinês Yang Liu tem 21. 
 
Outra questão importante a ser trabalhada será a série que fará em suas apresentações. Isso porque, como acontece a cada quatro anos, o código de pontuação de elementos será alterado. As novas regras ainda não são conhecidas – elas serão divulgadas pela FIG (Federação Internacional de Ginástica) ao fim deste ano após diversas reuniões com seu quadro técnico.
 
"Tenho uma jornada ainda na ginástica, é meu objetivo continuar. Ídolo são atletas que tiveram grandes histórias, eu estou construindo a minha ainda. Prefiro chegar em São Caetano, ficar no meu espacinho, no meu ginásio, treinando", afirmou o duplo medalhista olímpico.

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