Olimpíadas 2016

Superstição ganha luta? Robson foi ouro sem poder realizar ritual da sorte

Lucas Lima/UOL
Robson Conceição exibe medalha de ouro conquistada na categoria até 60 kg do boxe na Rio-2016 imagem: Lucas Lima/UOL

Eduardo Ohata e José Ricardo Leite

Do UOL, no Rio de Janeiro

Superstição não ganha luta, e nem ouro olímpico. Isso ficou claro nesta terça, quando Robson Conceição, que se sagrou campeão olímpico de boxe dos leves, não completou dois rituais que executa antes de subir ao ringue em todos os seus combates.

Um de seus costumes é abrir a Bíblia em uma página aleatória e ler, para se inspirar, um salmo. Ou, como ele mesmo define, com um sorriso no rosto, “a sorte do dia”.

Nesta terça-feira, porém, de tão nervoso por participar de uma final olímpica, esqueceu de levar sua Bíblia para o vestiário. Mesmo sem a sagrada escritura, fez uma prece antes do combate, pedindo a Deus que nem ele e nem seu adversário se machucassem.

Uma outra superstição é se encostar em uma parede e pedir para o treinador jogar água em seu rosto quando o momento de entrar no ringue fica muito próximo. “Desta vez não fizemos isso”, conta Mateus Alves, um dos técnicos da seleção brasileira de boxe. “Como ele estava com um corte no supercílio, que estava um pouco aberto, fiquei com medo de jogar água e entrar lá dentro.”

O costume de calçar primeiro a luva e a sapatilha direita, foi mantido. Se duas das superstições não puderam ser feitas, Robson ao menos teve atendido um pedido que não chega a ser pra dar sorte, mas sim por uma questão pessoal que lhe incomoda: não gosta de dividir quarto com companheiros, e sim de ficar sozinho.

Desde que a seleção deixou as instalações de uma base militar na Urca e se mudou para a Vila Olímpica. Na base, Robson dividia quarto com outro atleta, mas, na Vila, o acomodaram em um quarto onde ficava sozinho, o que tradicionalmente é a sua preferência.

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