Justiça nega liberdade a executivo irlandês acusado de cambismo na Rio-2016
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do executivo irlandês Kevin James Mallon, preso em flagrante no Rio de Janeiro no dia abertura dos Jogos Olímpicos (5 de agosto). Mallon é acusado de integrar uma quadrilha internacional de venda ilegal de ingressos da Rio-2016.
De acordo com decisão do ministro Ribeiro Dantas, divulgada nesta quarta-feira (17), não há ilegalidade na prisão de Mallon. Portanto, ele deve permanecer detido. O irlandês está no presídio de Bangu.
Mallon foi preso horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, num hotel da Barra da Tijuca. Com ele e no quarto onde estava, 823 ingressos foram apreendidos. A maior parte deles está reservado nominalmente ao Comitê Olímpico Irlandês.
Ainda nesta quarta, a Polícia Civil do Rio deteve o presidente do Comitê Irlandês, Patrick Hickey. Hickey também é membro do comitê executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional). Estava no hospedado no mesmo hotel que o presidente do COI, Thomas Bach, quando foi acordado por policiais.
Do hotel, Hickey foi levado diretamente para um hospital do Rio, pois passou mal no momento de sua prisão. Não há informações para sua alta.
Além de Hickey e Mallon, outros quatro executivos europeus, todos ligados à empresa THG, tiveram sua prisão decretada na segunda-feira (15). Já na quarta, outras três pessoas ligadas à outra empresa, a Pro10, também tiveram sua prisão decretada pela Justiça. Nenhum deles está detido por não estarem no Brasil.
Segundo investigações da Polícia Civil do Rio, todos integravam uma máfia que vendia ingressos olímpicos a preços acima do oficial. A prática, no Brasil, é crime.
Franklin Gomes é advogado de Mallon e da THG. Ele já negou que a empresa e seus executivos estejam envolvidos em ilegalidades. Procurado pela reportagem do UOL, ele ainda não se pronunciou a respeito do habeas corpus negado pela Justiça.