Baladas e celebridades

Em clima de estádio e arena, Boulevard vai do choro ao riso com Brasil

Estúdio Retrato/Divulgação
Público prestigia jogo do Brasil no Boulevard Olímpico imagem: Estúdio Retrato/Divulgação

Alexander Vestri

Do UOL, no Rio de Janeiro

Quem visitou o Boulevard Olímpico no centro do Rio de Janeiro nesta terça-feira (16) torceu -e sofreu- pelo Brasil como se estivesse no estádio ou na arena. Uniformes da seleção brasileira, bandeiras, perucas e chapéus em verde e amarelo se multiplicavam em frente aos palcos montados na área revitalizada para ser ponto de encontro do público durante as Olimpíadas.

O pênalti batido pela sueca Lisa Dahlkvist selou a derrota do seleção feminina de futebol na semifinal da Rio-2016 e calou por um momento o Maracanã lotado. O silêncio ecoou cerca de seis quilômetros dali, onde a multidão reunida acompanhou o jogo em telões instalados na zona portuária carioca. 
 
"É melhor assistir ao jogo aqui do que em casa. No Boulevard o pessoal de junta como se estivesse no estádio mesmo. Já fui no estádio e não sei dizer onde é mais legal assistir a uma partida", disse Ana Reis Queiroz, que cantava e bebia Yakult com vodka, drink oficial da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), ao lado dos colegas do curso de engenharia da universidade - que está em greve.
 
O auditor médico Marcelo Francisco da Conceição tirou o dia de folga especialmente para levar as filhas Juliana, 12, e Ana Clara, 10, até o local. "Eu queria ter ido ao estádio, mas como não consegui e vim direto pra cá. Aqui tem mais interação e elas podem correr e brincar sem problemas", ponderou.
 
Algumas horas depois, a decepção da derrota no futebol deu lugar à alegria pela classificação da dupla Alison e Bruno Schmidt para a final do vôlei de praia.
 
O servidor público baiano Jairo Guedes viu a derrota das meninas ao vivo no Maracanã e depois acompanhou a vitória da dupla brasileira pelos telões. “O pessoal aqui ficou irritado quando o Brasil não conseguiu fechar o jogo no segundo set. O tie-break foi nervosismo puro, mas a felicidade compensou. É muita emoção para um dia só”, brincou.
 
Prolongando a festa
À noite, mais torcedores chegaram do estádio para acompanhar Robson Conceição fazer história ao conquistar o ouro no boxe olímpico. O público, em sua maioria de brasileiros, parou para cantar o hino nacional, celebrar a vitória inédita brasileira e promover um happy hour descontraído depois de um dia de trabalho.
 
A noite avançava, ambulantes circulavam com bandejas vendendo caipirinha em copos plásticos, cerveja e até tequila - com direito a sal e fatias de limão. O local ganhou uma atmosfera de balada descontraída, com pessoas bebendo, conversando e dançando, com muitas famílias, casais e grupos de amigos.
 
Mas a festa era interrompida e os olhos se voltavam para os telões quando  Fernando Reis aparecia para competir no levantamento de peso. As caretas do de Fernando na prova de arranque eram imitadas pelos rostos da multidão, parecendo fazer força junto com o atleta. O brasileiro acabou em quinto lugar, o público lamentou e a confraternização prosseguiu.
 
Apesar de a polícia ter precisado intervir para evitar uma briga após um empurra-empurra causado por jovens embriagados, o público elogiou a sensação de segurança e tranquilidade no Boulevard.

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