! O que significa o ouro de Simone Biles na trave nesta segunda-feira? - 15/08/2016 - UOL Olimpíadas

Olimpíadas 2016

O que significa o ouro de Simone Biles na trave nesta segunda-feira?

Do UOL, no Rio de Janeiro

A prova da trave, nesta segunda-feira, a partir das 15h45, pode ser um marco na história olímpica da ginástica artística. E a responsabilidade por esta façanha está nas costas de Simone Biles, atleta dos Estados Unidos, de apenas 1,42m e 19 anos. Uma medalha de ouro a fará entrar no mais restrito dos grupos de mitos olímpicos da sua modalidade.

Se for campeã na trave, Simone terá acumulado nada menos que quatro ouros somente na edição do Rio de Janeiro da Olimpíada. E esta é apenas sua primeira participação no evento. Muita responsabilidade?

“Eu já estou acostumada. Sei que quando me apresento, estão todos de olho em mim”, disse a ginasta, após faturar o ouro no salto sobre a mesa, na tarde do domingo, 14. Foi a terceira vez que ela subiu ao ponto mais alto do pódio na Rio-2016. Além do salto, já chegou lá também no individual geral e na prova por equipes.

Entra, naturalmente, como favorita na trave. E, se confirmar, vai igualar a duas das maiores ginastas que os Jogos Olímpicos já presenciaram. Larisa Latynina, que representou a extinta União Soviética em Melbourne-1956, Roma-1960 e Tóquio-1964. Assim como Biles, Latynina monopolizou o alto do pódio em sua estreia olímpica. Na edição australiana dos Jogos, há 60 anos, a soviética foi ouro no salto, no solo, no individual geral e por equipes.

Performance semelhante a de Vera Caslavska, da também extinta Tchecoslováquia, no México-1968. A tcheca, que é da geração imediatamente posterior à de Latynina, também foi quatro vezes ao topo do pódio olímpico em uma única edição: salto, solo, barras assimétricas e individual geral.

Caslavska ainda encerraria a carreira com outras sete medalhas olímpicos, das quais três foram de ouro. Já Latynina tem um retrospecto ainda mais impressionante: 14 pódios olímpicos, além dos quatro ouros de Melbourne-56. Desses, cinco foram para receber o ouro em três participações em Jogos.

Este é o hall para o qual a pequena Simone Biles pode entrar. E é importante lembrar que a prova na trave, nesta segunda-feira, 15, não é sua última apresentação no Rio-2016. Na terça, ela se despede da Olimpíada com o solo - no qual é igualmente favorito.

Por este motivo, pela possibilidade de atingir façanha que desde os anos 1960 não se vê em Jogos Olímpicos, que Simone Biles está fazendo história na Rio-2016. E mais: ela pode passar Caslavska e Latynina se, além da medalha de hoje na trave, for campeã também no solo, na final de terça-feira. Não à toa, ela soltou uma das frases mais emblemáticas desta edição olímpica: “Eu não sou a próxima Michael Phelps e nem a próxima Usain Bolt. Eu sou a primeira Simone Biles”.

Topo