! Ciclista campeã não tem cabelos e encoraja mulheres: "Doença não me define" - 15/08/2016 - UOL Olimpíadas

Ciclismo

Ciclista campeã não tem cabelos e encoraja mulheres: "Doença não me define"

Luiza Oliveira

Do UOL, no Rio de Janeiro

Joanna Rowsell acaba de conquistar sua segunda medalha de ouro no ciclismo na categoria perseguição por equipes e não se cansa de quebrar recordes: já são três. Mas ela não é uma inspiração apenas por seus feitos esportivos. Jo ficou careca por causa de uma alopécia e encoraja mulheres a quebrarem padrões impostos pela sociedade. "É importante imprimir sua individualidade", diz.  

Jo perdeu os cabelos e nem por isso se sente pior. Faz questão de frisar que beleza não é importante para ser feliz. Por isso, destaca a importância de cada uma imprimir sua própria personalidade.

“Eu acho que é importante ter uma imagem positiva e ser confiante de quem você é e não ter medo de fazer o que você quiser da sua vida. E eu acho que a mídia influencia muito mostrando imagens nos jornais e nas revistas, modelos de cabelos escovados, mulheres irreais. E é importante imprimir sua individualidade. Você não pode deixar de sair e conquistar as coisas porque está ‘atrás’ em relação ao visual”.

Joanna sofre de alopécia desde a infância e hoje não tem mais problemas com sua auto estima. Ela sabe que isso faz parte do que ela é e não precisa ser negado. “Não é questão de como eu lido com isso, eu não tenho opção de não lidar com isso. É o que eu sou, é parte do que eu sou. Mas a doença não me define”, enfatiza.

A super campeã assume a falta de cabelos e vê até um ponto positivo. Sempre compete careca por ser mais prático vestir o capacete e por não ter problemas de peso ou suor.

Mas não deixa a vaidade de lado e recorre à peruca quando quer se arrumar. Foi assim que ela chegou para a entrevista, com os cabelos bem penteados com duas trancinhas. “Eu sinto prazer em me arrumar, uso uma peruca com cabelo humano. Gosto de fazer penteado, não sou muito boa, mas as meninas do meu time são ótimas nisso. Elas se divertem fazendo penteados”.

Joanna demonstra simpatia com sorriso fácil. Ela só tem mesmo motivos para estar feliz com sua segunda medalha de ouro no peito e mais um recorde quebrado. Essa é ainda mais especial porque foi mais difícil depois que ela mudou de categoria passando dos 3 km para 4 km das últimas Olimpíadas para cá.

“Eu acho que dá uma sensação de que foi mais difícil alcançar essa medalha, não era a mesma expectativa de estar em casa em Londres. Eu acho que é mais especial porque sei o que passei para chegar aqui, foi diferente. Olhando para trás, em Londres as coisas pareciam, não fáceis, mas sem complicações. Dessa vez acho que foi mais difícil atingir o sucesso e tinha muito mais desafios, não é simples vencer de novo e de novo. As pessoas esperam mais de você. A gente ficou surpresa porque não esperava quebrar o recorde três vezes, uma vez tudo bem, talvez duas, mas três é muito além do esperado”.

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