Olimpíadas 2016

Sem área vip e com fila. Famosos viram anônimos em arquibancada da Rio-2016

Reprodução/Instagram
Rodrigo Lombardi e o filho Rafael durante o judô imagem: Reprodução/Instagram

Juliana Alencar

DO UOL, no Rio de Janeiro

Um papel em "Malhação" pode ser suficiente para que um ator entre na lista VIP das festas mais badaladas do país. No maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos, no entanto, ter o status de um ator global não garante sequer um assento vip para assistir a uma competição de hipismo de adestramento, às 9h30, em Deodoro.

Ao contrário de Copa do Mundo e seus camarotes exclusivos, na Rio-2016 os famosos passam pela mesma experiência de um torcedor anônimo: têm que chegar cedo para garantir um bom lugar na arquibancada e não possuem pulseirinha vip para garantir a boca-livre. Ficou com sede? Tem que pagar R$ 10 por uma garrafa de refrigerante. E ainda enfrentar fila.

Em cinco dias, a reportagem do UOL Esporte viu a atriz Tatá Werneck perdida buscando um local para se sentar, a modelo Renata Kuerten mudando de lugar para fugir de torcedores mais exaltados, o ator Rodrigo Lombardi chegando cedo com o filho para fugir do tumulto e até a apresentadora Regina Casé chegando atrasada provavelmente com a mesma intenção.

O ator Marcius Melhem teve que assistir às finais do judô, nesta sexta, com a filha no colo e "espremido" entre as torcidas dos judocas Teddy Riner e Rafael Silva, que ganhariam ouro e bronze, respectivamente. Quase foi atropelado por equipes de reportagem que tentavam entrevistar a família do medalhista brasileiro.

"Viemos como torcida normal, ingressos normais", comentou Rodrigo Lombardi, na entrada das finais do judô na terça. 

Área vip da Olimpíada: só com crachá

Não é que as áreas vips não existam. Mas os critérios para estar nela são diferentes. Nos locais de competição, é um setor chamado "família olímpica".

É lá que ficam os convidados do COI (Comitê Olímpico Internacional), indicados por patrocinadores e comitês de cada país. Em cada um deles, há cadeiras reservadas e isoladas nas arquibancadas e uma espécie de lounge com comes e bebes. É o lugar mais privado que um torcedor olímpico pode estar.

Nele, porém, não vale a lógica do "você sabe com quem está falando". Todo convidado recebe uma credencial, com foto, nome e código de barras, que, obrigatoriamente, tem que estar todo o tempo visível. O ator Matthew McConaughey e a mulher dele, a modelo Camila Alves, têm as deles. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também circula com a sua pendurada no pescoço.

As celebridades sem esses crachás têm tratamento diferenciado apenas nos lounges das marcas patrocinadoras da Rio-2016, fora das arenas. Diariamente, os espaços recebem convidados com mimos antes de elas seguirem para os locais de competições. 

Em alguns casos, são as próprias marcas que presenteiam os famosos com as entradas para os jogos. Tatá Werneck, por exemplo, ganhou ingresso para assistir ao judô de uma cervejaria. Era o que dava para ver na data e horário que ela visitou o Parque Olímpico.

Para o torcedor anônimo, ver o famoso na mesma fila do banheiro no intervalo de um jogo da Olimpíada tem gerado reações inusitadas: "É aquela coisa de ser gente como a gente, né? Sente até mais simpatia", diverte-se a administradora carioca Marinete Coelho.

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