Pivô de polêmica com Rodrigo Pessoa zera percurso na Rio-2016
Quando o técnico da equipe da prova de saltos do hipismo brasileiro, o norte-americano George Morris, anunciou que Stephan Barcha, e não Rodrigo Pessoa, seria titular nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, muitos ergueram as sobrancelhas. Afinal, ele acabara de trocar um campeão olímpico, campeão mundial e tricampeão da Copa do Mundo por um cavaleiro jovem e que nunca foi a uma Olimpíada.
“Não foi fácil para o George Morris tomar essa opção. Não é nada fácil você deixar de fora um cavaleiro que ganhou tanta coisa quanto o Rodrigo Pessoa. Mas o que vimos aqui, hoje (domingo), mostrou que ele estava certo”, disse Doda Miranda, bronze por equipes em Atlanta-1996 e Sydney-2000 ao lado de Pessoa e mais experiente do time.
O que Doda e quem acompanhou o primeiro dia de provas dos saltos na Arena Equestre de Dedodoro, nos Jogos do Rio de Janeiro, foi um novato competindo com confiança, sem erros e zerando a sua pista – no hipismo, cada obstáculo derrubado vale pontos, portanto zerar é positivo. Aos 26 anos, Stephan foi um dos três brasileiros que não cometeram faltas nesse primeiro dia. Doda e Pedro Veniss fizeram o mesmo. O único que não conseguiu o feito foi Eduardo Menezes.
A opção de Stephan por Rodrigo teve origem no cavalo. A temporada não foi boa para o campeão olímpico, que perdeu seus dois principais animais para problemas físicos. O número 1, Jordan II, sofreu uma fratura no ano passado. O número 2, Ferro Chin VH Lindenhof, foi afastado por problemas físicos. Além disso, outra opção, Status, não correspondeu. “Ele viria aqui com o quarto cavalo (Cadjanine Z). E a gente tem que entender que nosso esporte é um conjunto, cavalo e cavaleiro”, afirmou Doda – que monta Cornetto K.
Stephan, em meio à polêmica, elogiou Rodrigo. “O Rodrigo é um ídolo. Não tem muito o que falar. Ele é campeão olímpico, campeão do mundo, campeão da Copa do Mundo três vezes. E eu só estou construindo minha carreira”, falou. “O George fez uma opção técnica de colocá-lo como quinto. Cabe a mim respeitar e entrar na pista e fazer o meu melhor, independentemente de qualquer coisa”.
Insatisfeito com a vaga de reserva, Pessoa abriu mão de participar dos Jogos. Quem entrou em seu lugar foi Felipe Amaral, de 25 anos. “Eu achei legal do lado dele [Pessoa] essa atitude de passar a vaga para o Felipe, que tem muito mais a aprender como reserva. Foi uma oportunidade de ganhar experiência, algo que o Rodrigo não aproveitaria tanto. O Felipe é um garoto de muito futuro e o ele está vivendo aqui pode ser muito benéfico para a próxima Olimpíada”, analisou Doda.
A competição de saltos será retomada na terça-feira, com a segunda eliminatória e primeiro dia da Copa das Nações.