Onipresente na Globo, Guga vira supercomentarista na Rio-2016
Quando a multidão de fãs percebe que Gustavo Kuerten desce a rampa do estúdio da Globo no Parque Olímpico da Rio-2016, na Barra da Tijuca, falta pouco mais de 7 metros para ele alcançar a saída.
Do lado de fora, separados por um muro baixo, os fãs começam a abraçá-lo, fazer selfies, pedir autógrafos ou estender os braços para, simplesmente, tocá-lo.
Sorriso estampado no rosto, olho no olho, Guga atende o maior número possível de fãs. Um percurso que normalmente completaria em dez segundos com passos rápidos, Guga faz em mais ou menos 20 minutos.
Dentro do estúdio, Guga também ganha espaço. Do tênis (claro), ao futebol, passando pela natação e até pela ginástica artística, o ex-tenista dá seus “pitacos” em várias modalidades, além de participar de programas de fim de noite no estúdio.
Porém, ao ser questionado pela reportagem do UOL sobre seu status de “supercomentarista” enquanto atende os fãs, ele solta uma risada, diz que não.
“Supercomentarista?”, ri, enquanto se ajeita para tirar foto com uma fã, para só então voltar a atenção para a reportagem. “Nas transmissões sou mais um torcedor.”
A explicação de Kuerten é confirmada pela Globo: “Guga comenta apenas as partidas de tênis. Nas outras modalidades [e programas], que já têm seu especialista, ele participa como um torcedor assistindo a competições de brasileiros”.
A emissora acrescenta que Guga é o convidado mais acionado “porque a Globo tem transmitido menos tênis do que outras modalidades, o que o torna o convidado mais disponível”.
O entusiasmo de Guga, porém, não passou despercebido na emissora carioca. Muito pelo contrário.
“O público tem mostrado grande carinho por todos [os comentaristas] do Time de Ouro. Um carinho enorme, espécie de gratidão pelo que fizeram pelo país e pelas explicações que têm tornado nossas transmissões mais atraentes. Com o Guga, não é diferente. E ele gosta dessa interação, a gente sente que ele se envolve, se emociona. E o público corresponde. Tem sido muito gratificante presenciar esse carinho”, elogiou o diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel.
Durante a partida entre as seleções olímpica de Brasil e Dinamarca, ficou claro para o público o status de Guga.
Em dado momento, Galvão Bueno pediu para Guga palpitar sobre o resultado da partida. “2 a 0 para o Brasil”, disse Guga. Quando o placar chegou a 3 a 0, Galvão deu nova chance e perguntou novamente para Guga qual seria o resultado da partida: “4 a 0”.
Ronaldo, que participava da transmissão, em claro tom de brincadeira, disse algo na linha de que “assim não vale, fica difícil ganhar o bolão, o Guga já tinha palpitado 2 a 0”.
Mas Galvão explicou ao dizer que ele podia, sim, já que era “o cara da Olimpíada”. Na vitória do Brasil contra a Colômbia, na noite do último sábado (14), ficou ainda mais claro seu status.
"Estou sentindo falta do Guga. Cadê o Guga? Ele estava no tênis com Nadal e Del Potro. Está fazendo falta o espírito do Guga aqui”, disse o narrador número 1 da Rede Globo.
*Colaborou Roberto Oliveira