Como o trânsito da Índia virou maior inspiração para o Brasil buscar o ouro
![Lucas Figueiredo/MoWa Press](https://conteudo.imguol.com.br/c/olimpiadas/e1/2016/08/12/gabriel-jesus-gabigol-neymar-e-luan-quatro-atacantes-de-uma-so-vez-1471038705387_v2_900x506.jpg)
Em seus momentos mais descontraídos, Rogério Micale costuma resumir o que espera do ataque da seleção brasileira com uma comparação inusitada: que ele funcione igual ao trânsito da Índia. Aparentemente caótico, mas imprevisível e com certa organização que às vezes é imperceptível para quem vê de fora.
Para o Brasil x Colômbia deste sábado em São Paulo, válido pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos, Micale deverá repetir a escalação que permitiu à seleção cumprir esse objetivo. Com Gabigol pela direita, Gabriel Jesus pela esquerda e Neymar e Luan juntos pelo centro, a goleada por 4 a 0 sobre a Dinamarca na última quarta-feira fez com que o treinador, enfim, ficasse satisfeito. Identificasse, principalmente, um ataque à la trânsito da Índia.
Com os quatro atacantes juntos como titulares pela primeira vez, uma alternativa treinada durante a preparação na Granja Comary, a seleção brasileira conseguiu envolver o adversário de maneira mais incisiva. Luan e Neymar, sem necessidade de posições fixas, flutuaram da beirada para o centro e, como queria Micale, fizeram a equipe ter superioridade numérica no setor onde a bola estava. Não foi o que aconteceu em boa parte dos dois jogos anteriores.
Diante de África do Sul e Iraque, em que pese os fatores emocionais terem prejudicado, o Brasil foi um time de ataque mais estático. Com Felipe Anderson e Renato Augusto como armadores, os três jogadores da frente ocuparam posições mais fixas e foram marcados de forma mais eficiente. Gabriel Jesus, por exemplo, pouco pegou na bola na estreia brasileira e acertou uma finalização apenas. Neymar, preso à ponta esquerda, foi presa mais fácil para os marcadores, conforme reconheceu o próprio Rogério Micale.
Para a decisão desta noite, em Itaquera, o treinador ainda não confirmou que vai repetir a equipe que venceu a Dinamarca. Thiago Maia, que cumpria suspensão, fica novamente disponível e pode tomar a posição do gremista Walace, que ainda assim é favorito para seguir no time. Também há a possibilidade de que ambos atuem e o quarteto ofensivo perca um de seus representantes. Essa não parece, porém, uma alternativa provável.
Conhecido e reconhecido justamente por ser adepto de equipes muito ofensivas, Micale mantém mesmo em momentos difíceis a ideia de seguir firme nos conceitos que acredita para a seleção. Dentro deles, um objetivo: ter um ataque imprevisível, sem posições fixas...que se pareça com o trânsito da Índia.
Um bom gramado disponível também ajuda a seleção
Para colocar em prática esse estilo com trocas de passes rápidas, o Brasil terá à disposição um gramado elogiado. Depois de criticar bastante o Estádio Mané Garrincha e ver um palco mais propício na Fonte Nova, a seleção jogará na Arena Corinthians. Na avaliação dos organizadores da Rio 2016, o campo está entre os que possuem melhores condições para a bola rolar com regularidade. Fruto de uma série de cuidados que o clube toma com a grama.
"Apesar dos seis jogos que tivemos, o gramado está praticamente perfeito", conta André Amaral, gerente da World Sports e que centraliza a manutenção do campo da Arena Corinthians. Chamada de "rye grass", a grama é, de acordo com ele, a única do Brasil idêntica à utilizada na Premier League e pelos maiores clubes da Europa. Possui um sistema de fibra injetado no solo, drenagem à vácuo, fertilizantes importados e iluminação artificial, entre outros cuidados.
BRASIL x COLÔMBIA
Local: Arena Corinthians, em São Paulo
Data: 13 de agosto de 2016 (sábado)
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia)
BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace e Renato Augusto; Gabriel, Neymar e Gabriel Jesus; Luan.
Treinador: Rogério Micale
COLÔMBIA: Bonilla; Deivy Balanta, Aguilar, Tesillo e Cristian Borja; Lerma, Barrios e Roa; Preciado, Pabón e Teo Gutiérrez.
Treinador: Carlos Restrepo