Tênis

Bellucci diz que Olimpíada enfim aproxima número 1 do Brasil da torcida

Adidas/divulgação
Thomaz Bellucci deixa a Olimpíada no Rio sem medalha, mas feliz com a nova relação com a torcida imagem: Adidas/divulgação

Bruno Freitas

Do UOL, no Rio de Janeiro

Faz quase dez anos que Thomaz Bellucci desfruta do status de tenista número 1 do Brasil, mas o melhor jogador de simples do país desde que Gustavo Kuerten saiu de cena  não havia caído nos braços dos torcedores locais até então. Pelo menos até a Olimpíada do Rio de Janeiro. Mesmo sem a medalha, o paulista deixou os Jogos de 2016 com o sentimento de enfim ter encontrado a receptividade dos fãs nacionais de tênis. Eliminado por Rafael Nadal nas quartas de final, o atual 54º no ranking da ATP diz que o torneio olímpico, de certa forma, transforma sua carreira.

Bellucci saiu ovacionado pelos compatriotas na arena do tênis no Rio na última sexta-feira, depois da derrota para Nadal por 2 sets a 1, após uma sequência de grandes atuações no torneio. Segundo o melhor do país, a despedida serviu como uma espécie de momento de renovação na relação com a torcida brasileira.
 
"Foi de longe o momento mais especial na minha relação com a torcida. É diferente o clima de Olimpíada. Toda atmosfera do estádio foi diferente. Acredito que houve uma mudança, do primeiro jogo com o Dustin Brown (tenista alemão). 'Será que o Thomaz vai conseguir jogar com a torcida? Será que ele vai conseguir ser um cara vibrante dentro de quadra'. Depois do jogo com o Nadal todo mundo já tinha essa certeza. Não tinha tantas críticas mais. Era muito mais apoio do que julgamento. Foi muito legal ter esse apoio da torcida", afirmou Bellucci, em entrevista ao UOL Esporte.
 
"Independente de você conseguir seus objetivos pessoais, você também está lá na quadra para inspirar as pessoas, de representar o seu país. Para mim é importante receber esse apoio da torcida e sentir que eles também se sentem acolhidos. Saber que tem uma baita representante, que está com ele até o final. Pra mim, sair de quadra com as pessoas gritando o meu nome foi o retrato da semana. As pessoas estavam comigo para o que desse e viesse", acrescentou o tenista, número 1 do Brasil desde 2008.
 
O representante brasileiro na chave masculina de simples começou o torneio olímpico sob desconfiança, fora da lista mais óbvia de favoritos. No entanto, Bellucci logo atraiu a torcida a seu favor com vitórias convincentes em seguida sobre o alemão Dustin Brown, o uruguaio Pablo Cuevas e o belga David Goffin. Contra Nadal, com uma vaga na semifinal em jogo, o tenista da casa saiu em vantagem no primeiro set, mas depois acabou sofrendo a virada. 
 
"Bati na trave, na semifinal ia poder lutar pela medalha. Independente disso, saio de cabeça erguida, missão cumprida, de que dei o meu máximo durante uma semana. Seria muito especial conseguir uma medalha. Seria uma marca na minha carreira, uma medalha, coisa que ainda a gente não tem. Mas, independente disso, eu saí feliz. Chateado com a derrota, mas feliz de ter chegado tão longe. Talvez mais do que as pessoas acreditassem", comentou o tenista.
 
Depois da marcante experiência olímpica, do ponto de vista emocional, Bellucci volta as atenções mais uma vez para o circuito profissional, onde já conquistou quatro torneios (dois em Gstaad, além de Geneva e Santiago). No horizonte próximo está o Aberto dos Estados Unidos, última etapa do Grand Slam na temporada, que começa no final de agosto.
 
"(A Olimpíada) me dá mais combustível, de animação, de superação, para o circuito. Não é um jogo que vai mudar sua carreira, sua trajetória. O que muda é o trabalho diário, tudo que você aplica dentro da quadra, diariamente. Mas essa Olimpíada me deu combustível de chegar no circuito super motivado, de saber que tem muita gente que torce para mim, que me apóia", manifestou.

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